Circula em diversos grupos de WhatsApp e outras redes sociais o vídeo de uma criança de 10 anos de idade que é, possivelmente, vítima de abuso sexual ocorrido dentro de uma construção abandonada na Travessa Manaus, Núcleo Cidade Nova. O episódio gera repulsa, pois revela a vilania e audácia do abusador e mostra também a falta de sensibilidade de quem filmou parte do possível crime e expôs na Internet. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA).
No vídeo, a pessoa que faz a filmagem explica que percebeu o adulto e a criança entrando em uma construção em plena luz do dia. Ele espera um pouco e depois resolve entrar nos escombros. Em determinado ponto, o “investigador” filma o adulto e a criança. O responsável pelo vídeo ainda segura o acusado pela cabeça, mas ele foge sem ser devidamente identificado. No loca do abuso fica apenas a criança, que está nua e com as vestes na mão. Amedrontada, a menina diz que quer apenas ir embora.
Nossa reportagem conversou por telefone com a delegada Eliene Carla de Lima, titular da DEACA. A autoridade policial confirmou que o fato aconteceu realmente em Marabá. Ela testificou, também, que a criança já foi identificada e tem mesmo 10 anos de idade.
Leia mais:“Um Inquérito Policial foi instaurado para apurar os possíveis crimes contra a menor, inclusive, suposto estupro de vulnerável. O Conselho Tutelar, bem como demais integrantes da Rede de Proteção à Criança de Marabá, está acompanhando o caso”, disse a delegada, por telefone, acrescentando que várias diligências já foram adotadas pela equipe da DEACA e a investigação continua com o propósito de esclarecer completamente o caso.
Conselho Tutelar
Também ouvida pelo Grupo CORREIO, Andreza Lobato, conselheira tutelar do Núcleo Cidade Nova, disse que a instituição tomou ciência do ocorrido pelo telefone do sobreaviso, informando a situação que ocorreu com a criança, depois os conselheiros tiveram acesso ao vídeo.
O primeiro passo, segundo Andreza Lobato, foi informar à DEACA e iniciar todo o acompanhamento junto aos órgãos de proteção, como o Conselho de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), que levou a família da vítima até a escuta especializada, na sede da própria delegacia.
Andreza explica que enquanto a autoridade policial atua em relação à situação penal, o conselho vai zelar pela garantia desse direito, assim como da assistência psicológica, porque a criança sofreu um trauma.
Por outro lado, a conselheira orienta às pessoas que gravarem algum tipo de vídeo como este, que o levem para a autoridade policial competente ao invés de veicular em grupos de WhatsApp, porque a criança foi exposta, inclusive com exibição de suas partes íntimas. “Isso, muitas vezes, pode atrapalhar até a própria busca da polícia ao suposto violador”, explica Andreza
Sobre este assunto, a delegada Eliene Carla confirmou que quem divulgou o vídeo nas redes sociais pode sofrer sanções penais. (Chagas Filho – com colaboração de Weliton Moreira)