Correio de Carajás

CORREIO é utilizado em sala de aula no ensino de jovens e adultos

Prova da importância e relevância ainda crescente do CORREIO como indutor de desenvolvimento regional está também na educação. O Centro de Educação de Jovens e Adultos Profª Tereza Donato de Araújo, em Marabá, utiliza o jornal na sua rotina em várias atividades pedagógicas do EJA, cuja finalidade é a formação de pessoas que não deram continuidade em seus estudos ou não concluíram as etapas do ensino básico na idade apropriada.

Segundo a diretora Rosimeire Nascimento Silva, o periódico é utilizado há muitos anos e de diversas formas como fonte para trabalho em sala de aula, principalmente pelo seu foco regional. Tal importância foi premiada no fim de 2019, quando o CEEJA condecorou o CORREIO com um diploma e uma estatueta, em agradecimento pelo (ao) trabalho realizado pelo jornal no cotidiano da cobertura de imprensa na cidade. Na ocasião, as diretoras da escola vieram pessoalmente à empresa de comunicação entregar a premiação.

Nesta semana, foi a vez de a nossa Reportagem ir ao CEEJA conhecer um pouco mais de perto esse trabalho desenvolvido com o jornal. De acordo com a professora Neuquina Silva Azevedo, que leciona a disciplina de Língua Portuguesa, o CORREIO, por levar curiosidade ao leitor em suas chamadas de matérias, estimula os olhares indiscretos dos jovens e adultos lá formados.

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Professora Neuquina conta que os alunos procuram no jornal o que há de mais polêmico (Foto: Evangelista Rocha)

“O Jornal CORREIO desperta o interesse dos nossos jovens e adultos. Em toda edição, pelo teor regional do periódico, eles, sobretudo os adolescentes, procuram o que há de mais polêmico. Querem saber o que aconteceu no fim de semana, por exemplo, os casos de polícia, a política, a sociedade, entre outros”, conta Neuquina.

Apresentar textos cortados, sem referências nem ilustrações (prática comum em livros didáticos), não é uma maneira eficaz de formar leitores de jornal. Neuquina explica que o contexto da edição e da publicação traz informações importantes, que são ocultadas quando se destaca apenas um pedaço. “O professor deve levar jornais inteiros para a sala de aula — como fazemos aqui —, mesmo que antigos, pois nem todos os alunos têm acesso a ele ou intimidade com esse meio de comunicação”, completa.

Ainda segundo ela, esse trabalho com o jornal deve ser permanente. “Aos poucos, essa atividade se torna mais complexa com a ampliação do repertório sociocultural dos alunos”, estima. “Os jovens e adultos começam identificando a estrutura da mídia e dos textos nela publicados, redigindo pequenas notas. Depois, é possível chamar a atenção da turma para as opções políticas e ideológicas de cada publicação, comparando o tratamento dado a um mesmo fato sob diferentes perspectivas”, argumenta.

Maria da Conceição Araújo de Souza, que também ministra aulas de Linguagens, comenta que o trissemanário é instrumento indispensável no processo de leitura dos educandos. “Os jovens e adultos, isso é certo, têm muita dificuldade com leitura. Então o jornal, em especial o CORREIO, é bem amplo e possibilita ao nosso aluno um contato frontal com a realidade ilustrada por palavras. Esse processo, por sua vez, promove o desenvolvimento dos estudantes no que diz respeito ao eu leitor”, analisa.

Maria da Conceição: os estudantes se identificam com o conteúdo local (Foto: Evangelista Rocha)

A professora de Língua Portuguesa narra que os professores do Centro buscam o entendimento dos textos publicados pelo periódico e que os alunos preenchem lacunas informativas com isso. “Nós, mestres, procuramos entender o vasto subsídio textual que nos fornece o CORREIO para, desse modo, instruir o nosso aluno quanto aos gêneros, tipos e funções da linguagem”, diz ela, ressaltando que, pelo jornal reportar conteúdo local, o aluno tem mais facilidade em aprender por se identificar com os assuntos tratados.

Para Gercina Rodrigues da Cruz, que é licenciada em Geografia e mestre em Sociologia no CEEJA, é essencial discutir o papel que o Jornal CORREIO cumpre na análise geográfica dos acontecimentos de impacto na sociedade carajaense.

“Certa feita eu acompanhei uma notícia dando conta de que a Vara Agrária de Marabá decidiria o destino de centenas de famílias residentes no acampamento Dalcídio Jurandir, em Eldorado dos Carajás. Então nós trabalhamos a percepção do espaço geográfico pelo discente através de matérias dessa natureza. No caso que eu citei, especificamente, temos um desdobramento de conflito agrário, ou seja, um dos componentes do módulo de Geografia que acompanha as transformações, bem como os acontecimentos da Região Geoeconômica Amazônica do Brasil”, explica Gercina.

Gercina narra as abordagens didáticas que o CORREIO faz do contexto regional (Foto: Evangelista Rocha)

O jornal reflete os valores, a ética e a cidadania através dos mais variados temas, e se torna, assim, um aparelho importante para o educando se colocar e se inserir na vida social. O uso do jornal na escola também atende à proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), visto que as matérias tratadas servem de base para o desenvolvimento de temas transversais, que são importantes e urgentes.

Ao longo de 37 anos de existência, essa foi a missão do Jornal CORREIO: levar informação precisa e correta à população, além de fomentar o processo pedagógico de instituições como o Centro de Educação de Jovens e Adultos Profª Tereza Donato de Araújo, cuja brilhante atividade nos motiva a continuar este incessante esforço. (Vinícius Soares)