Correio de Carajás

Correio 38 anos: 870 vezes falando de saúde com simplicidade

Nagilson: “A gente procura buscar assuntos atualizados e diversos”

Em toda edição de segunda-feira o Jornal Correio reserva um espaço destinado a informar com simplicidade sobre complexas questões médicas, de forma que o leitor compreenda com clareza a mensagem repassada. Neste ritmo, lá se vão 870 textos assinados pelo médico marabaense Nagilson Amoury, colunista mais antigo do Jornal Correio ainda em atividade. Parte dessas colunas, inclusive, deu origem ao livro “Medicina para o Leigo”, lançado pelo profissional.

Especialista em cirurgia geral e saúde digestiva, no periódico Nagilson foge um pouco destes temas em comprometimento com a saúde preventiva, considerada por ele de suma importância para a qualidade de vida das pessoas. A experiência foi iniciada há vários anos a convite do jornalista Mascarenhas Carvalho, fundador do Jornal.

“Ele sempre falava que a região era carente em relação a termos médicos, assuntos médicos, conhecimento médico, que essa informação não chegava aos pacientes de forma efetiva pra melhorar a qualidade de vida. Quando ele me convidou, fiquei relutante porque é responsabilidade grande escrever em um jornal de periódica circulação e que abrange várias cidades, mas depois ele me convenceu e eu passei a escrever”, relembra.

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Conforme ele, a acessibilidade do texto era preocupação desde o início, recomendada, inclusive, pelo próprio Mascarenhas Carvalho. “O texto é para que os leitores do Jornal Correio tenham entendimento preciso e tirem vantagem disso, tenham qualidade de vida com melhoria na saúde, com a prevenção eficaz. Tem sido este o objetivo da coluna e a gente procura buscar assuntos atualizados e diversos, sempre com a premissa de informar em uma linguagem simples os assuntos médicos”.

Acostumado a receber retorno dos leitores por e-mail ou mensagens de texto, o médico garante ter no exercício também um hobby. “Eu sempre gostei de escrever e escrever assunto sério e de grande responsabilidade, como o assunto médico, força a gente a estudar, o que já é uma coisa da profissão. Assim, eu estou unindo o útil ao agradável e contribuindo com a sociedade de Marabá e região, a fim de esclarecer esses temas”.

Citando as maiores causas de mortes – doenças cardiovasculares, traumas e câncer – o colunista destaca que por meio desta leitura as pessoas podem, eventualmente, identificar sinais de problemas, assim como aprender como agir em diferentes casos. “Isso é discutido nessa coluna de uma forma bem específica, bem clara, pra que as pessoas cheguem às próprias conclusões e se tiver encaixado naquela doença, naquela patologia, possam saber como se ajudar”.

Neste aniversário do Jornal Correio, o médico destaca a importância da imprensa em qualquer sociedade organizada, principalmente como meio de esclarecimento. Um exemplo é como os meios de comunicação alastram informações sobre doenças novas – como ocorreu com o HIV em grande parte do mundo e como vem ocorrendo com a Covid-19.

“A gente vê países mais pobres e onde não existe essa liberdade com mortandade muito grande e até com alguns costumes que se mantêm. Por exemplo, crença de que se a pessoa tiver relação sexual com criança virgem é curada da AIDS, o que a gente sabe que não é verdade”, diz, lembrando que o papel do jornalismo é informar e manter a sociedade esclarecida.

Nagilson calcula vida longa à coluna semanal e planeja lançamento de um segundo livro reunindo parte dos textos publicados. “Já tá no forno e um dos temas que virá será a Covid-19, mas a gente está esperando, como ainda existe muita discussão e muita politização do tema. Vai chegar a época de haver consenso da literatura mundial que vai direcionar um caminho único, que passa a ser o norte pra todos os médicos e para a sociedade”, garante. (Patrick Roberto/Luciana Marschall)