Correio de Carajás

Com sequestro em andamento, Santander de Marabá não recebe clientes

O sequestro dos pais de um funcionário que tem as chaves da tesouraria da agência do Santander em Marabá, continua em andamento e a polícia não sabe, ainda, o paradeiro dos idosos. Homens das polícias Civil e Militar continuam dentro da casa bancária e os clientes foram impedidos de entrar.

Os que estavam dentro da agência antes da chegada dos policiais foram saindo aos poucos, à medida que seus atendimentos eram concluídos. Jardel Santos, servidor público, deficiente auditivo, foi à agência do Santander por volta de 10 horas desta segunda para cadastrar biometria. “Não me deixaram entrar e alegaram que o sistema está fora do ar. Mas só soube do sequestro depois disso, por outras pessoas, disse Jardel à Reportagem do CORREIO.

Uma equipe de Reportagem do CORREIO esteve na porta da casa do funcionário, onde reside com seus pais. Dois policiais civis adentraram no imóvel e percorreram a vizinhança para tentar identificar câmeras de vídeo-monitoramento para possível identificação dos sequestradores do casal de idosos.

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Na porta do banco, equipes da Imprensa local acompanham o caso e aguardam por informações por parte das autoridades policiais. Os bandidos, segundo a reportagem apurou, entraram de forma sorrateira na casa do bancário, por volta de 1h30 da madrugada, desta segunda (11). Renderam o bancário, anunciaram o sequestro dos pais dele e lhe orientaram a entregar a eles uma certa quantia em dinheiro até meio dia desta segunda-feira.

Ao sair da agência por volta de 10h40, o delegado Bruno Mesquita, da Polícia Civil, disse que ainda estão tentando identificar o local do cativeiro, mas não deu detalhes sobre o caso.

ENTENDA O “SAPATINHO”

Esta é uma das estratégias apontadas por assaltantes, como sendo a mais segura e elaborada para atuar “no sapatinho”, com o sequestro de familiares dos funcionários das instituições financeiras, responsáveis pelos cofres dos estabelecimentos (gerentes e tesoureiros).

As vítimas, em geral, são capturadas na noite anterior ao assalto. As famílias são mantidas em cárceres privados, que podem ser suas próprias residências ou locais adaptados para funcionar como cativeiros. Na manhã do dia seguinte, o gerente ou tesoureiro, cujos familiares estão em poder do grupo, é obrigado a se dirigir ao local de trabalho e entregar todo o dinheiro dos cofres da instituição.

 Nestes casos, apesar de portarem armas, os assaltantes apelam, sobretudo, para o poder da intimidação verbal. É por meio de ameaças proferidas calmamente e quase sempre em baixo

tom de voz, que os funcionários das instituições financeiras são coagidos a atender as exigências da quadrilha.

A Reportagem do CORREIO tenta, neste momento, contato com a representante do Sindicato dos Bancários em Marabá e região, Heidiany Moreno, para saber quantos assaltos nessa modalidade ocorreram em 2020. (Zeus Bandeira, Ulisses Pompeu e Evangelista Rocha)