Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Colégio Militar Rio Tocantins, ou apenas CMRIO, já se tornou uma referência no sudeste do Pará em desenvolvimento educacional. O modelo de ensino com a supervisão da Polícia Militar também foi adotado no município de Canaã dos Carajás em fevereiro deste ano, mais precisamente na Escola Ronilton Aridal.
Segundo o subdiretor de Polícia Comunitária, tenente coronel Leno Márcio Barros do Carmo, o projeto tem como objetivo prevenir a violência e combater a vulnerabilidade social dos estudantes.
“O exemplo aqui de Marabá, para nós, é uma grande referência, assim como o de Canaã dos Carajás, demonstrando que é possível elevar a segurança pública – atividade final da Polícia Militar – numa perspectiva da prevenção primária com a educação”, pondera.
Leia mais:Ainda de acordo com o coronel Carmo, os resultados alcançados superaram as expectativas, principalmente em relação à participação dos pais, que antes tinham baixa frequência nas reuniões, mas que hoje acompanham de perto o desenvolvimento dos filhos no Colégio Rio Tocantins.
“As crianças melhoraram também na co-responsabilidade dentro de casa, no respeito aos pais e ainda na dedicação aos estudos. Tivemos melhorias no aproveitamento escolar, pois tivemos alunos que passaram no Enem, inclusive alguns em cursos como Medicina, que são muito concorridos, e em faculdades públicas. Então, os resultados são extraordinários e chegaram até antes do que a gente esperava e em número maior do que a gente projetou”, comemora.
O projeto de Supervisão Militar Educacional é resultado de uma parceria entre o governo do estado e as prefeituras. Os resultados de Marabá foram apresentados à Subsecretaria de Escolas Cívico-Militares, do governo federal, que quer ampliar os convênios a partir deste ano.
“É uma referência federal e a gente ganha porque acaba tendo também uma projeção em nível nacional de um programa que visa justamente isso, fortalecer a educação por meio daquilo que a atividade militar pode oferecer: disciplina, respeito, cultura de valores, valorização da família e da autoridade do professor e a busca de cooperação, muito comum na vida militar”, celebra o oficial.
O número de alunos matriculados no CMRio aumentou de 820 em 2018 para 1.056 em 2019. O colégio atende em dois turnos estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e também da 1ª a 3ª série do ensino médio.
Programa Nacional das Escolas Militares
O governo federal lançou no último dia 5, o Programa Nacional de das Escolas Cívico-Militares, que tem o objetivo de melhorar a qualidade da educação básica e pretende implementar 216 escolas em todos os estados brasileiros até 2023.
A implantação das escolas cívico-militares vai ocorrer, preferencialmente, em regiões que apresentam situação de vulnerabilidade social e baixos índices no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Entre as premissas do programa estão a contribuição para a melhoria do ambiente escolar, redução da violência, da evasão e da repetência escolar.
A adesão dos estados e municípios ao programa é voluntária e, de acordo com o MEC, os gestores deverão realizar uma consulta pública e a comunidade escolar deve aceitar a mudança.
Neste ano, 54 escolas serão contempladas com o programa, em formato piloto, duas em cada unidade da Federação. A indicação das instituições deverá ser feita pelos estados até 27 de setembro. Os colégios devem ter de 500 a mil alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e/ou médio.
O Ministério da Defesa vai destacar militares da reserva das Forças Armadas para o trabalho de tutores. Eles serão contratados por até dez anos e vão ganhar 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar. Os estados poderão ainda destinar policiais e bombeiros para ajudar na administração das escolas.
O MEC investirá R$ 1 milhão por escola, para o pagamento dos militares, melhoria da infraestrutura das unidades e materiais escolares. (Fabiane Barbosa, com informações da Agência Brasil)