Correio de Carajás

Círio Virtual não impede centenas de fiéis nas ruas em Marabá

Com tempo nublado e pouca movimentação nas ruas da cidade, o Círio de Nazaré de 2020 foi um dos mais tranquilos e rápidos da história recente do evento, que este ano completa 40 anos de procissão em Marabá. A programação deste domingo, 18, começou logo cedo, por volta de 7 horas, com uma missão na Catedral da Marabá Pioneira. Os fiéis recebiam senhas para entrar e quando a capacidade prevista já estava preenchida, os demais tiveram de aguardar do lado de fora.

A missa encerrou por volta de 8h15 e depois a imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi colocada na Berlinda (este ano uma camionete da 23ª Brigada de Infantaria de Selva) e seguiu o percurso previsto, mas sem nenhuma parada. Muita gente acompanhou a procissão em seus veículos (carros e motocicletas), formando mais de 2 quilômetros de carreata.

Mas um grupo de ciclistas resolveu percorrer o trajeto montado na bike. Fabrício Jesus Ferreira, operador de máquinas, é também guarda da santa em muitos Círios e avaliou que a emoção em pedalar próximo à Santa é quase equivalente a atuar na caminhada. “Temos um grupo, chamado ‘bikers’, que se reúne semanalmente. Hoje, resolvemos prestar essa homenagem à Nossa Senhora e pagar promessas também”, disse ele.

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Ao chegar ao trevo entre os três núcleos, a carreata do Círio seguiu para o núcleo Cidade Nova pela primeira vez, via Rodovia Transamazônica. Fez o retorno no Aeroporto e seguiu para a Nova Marabá, entrando pela VP-8 e seguindo o trajeto normal da romaria até chegar Santuário Nossa Senhora de Nazaré às 9h45. Um tempo recorde de 1h30 no percurso, que só foi possível porque havia batedores da Polícia Rodoviária Federal, DMTU e o fato de não ter realizado nenhuma parada. Nem mesmo próximo à Havan, onde a Paróquia Sagrada Família realizou uma homenagem à padroeira do povo paraense.

Para muitos romeiros, o grande dilema do ano em que a pandemia do novo coronavírus impediu a aglomeração é a impossibilidade de participação da procissão a pé. Leandro Rodrigues, membro da Paróquia Sagrada Família, é guarda da Santa há vários anos e lamentou a falta da caminhada da fé. “Mesmo assim, nossa paróquia saudou a Virgem de Nazaré de forma especial este ano”.

Tanto na saída quanto na chegada, havia muitos fiéis que tentavam tocar na imagem de Nossa Senhora ou simplesmente observar a passagem dela em reverência e veneração.

O bispo Dom Vital Corbellini falou na missa da saída e também na de chegada. Alguns fios da corda usada tradicionalmente para blindar a berlinda foram distribuídos entre pessoas interessadas no Santuário da Folha 16.  Campos, coordenador de trânsito do DMTU, informou, ao final da carreata, que não houve nenhum entrave ao longo dos 13 quilômetros do trajeto, chegando ao ponto final antes do tempo previsto, que era por volta de 11 horas. “As forças de segurança se uniram para conseguir um trânsito livre para a procissão, mesmo numa manhã de domingo. (Zeus Bandeira e Evangelista Rocha)