Correio de Carajás

Cientistas criam técnica que reverte surdez em camundongos; entenda

Esse é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma terapia capaz de devolver a capacidade auditiva em adultos

Perda auditiva aumenta chance de demência em 42%, mas uso de aparelhos revertem risco, diz estudo. — Foto: FreePik

Pesquisadores da Keck School of Medicine, nos Estados Unidos, deram os primeiros passos para o desenvolvimento de uma terapia capaz de devolver a capacidade de audição a adultos. De acordo com um novo estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, uma abordagem genética foi capaz corrigir a surdez em camundongos com um gene Spns2 defeituoso, restaurando suas habilidades auditivas em faixas de frequência baixa e média.

Mais da metade das pessoas na faixa dos 70 anos apresenta perda auditiva significativa. O problema está associado a uma maior probabilidade de depressão e declínio cognitivo, além de ser um importante preditor de demência.

Embora aparelhos auditivos e implantes cocleares possam ser úteis, eles não restauram a função auditiva normal e também não impedem a progressão da doença no ouvido. De acordo com os pesquisadores, este estudo indica que a deficiência auditiva resultante da atividade genética reduzida pode ser reversível.

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No trabalho, a equipe criou camundongos com um gene Spns2 inativo. Em seguida, os animais receberam uma enzima especial, em diferentes idades para ativar esse gene. Os resultados mostraram que a audição melhorou após a aplicação da enzina. Mas o efeito foi mais eficaz quando o Spns2 foi ativado em uma idade jovem.

“Ver os camundongos outrora surdos responderem a sons após o tratamento foi realmente emocionante. Foi um momento crucial, demonstrando o potencial tangível de reverter a perda auditiva causada por genes defeituosos. Este estudo inovador de prova de conceito abre novas possibilidades para pesquisas futuras, gerando esperança para o desenvolvimento de tratamentos para perda auditiva.”, disse Elisa Martelletti, primeira autora do estudo do King’s IoPPN, em comunicado.

(Fonte: O GLOBO)