Chove desde o início da semana em Parauapebas e a Defesa Civil do Município redobrou os cuidados no monitoramento das áreas de risco de deslizamento na cidade, como encostas de morros. Também diariamente está sendo observado o volume do Rio Parauapebas, que nesta manhã se aproximava dos 7 metros, nível de alerta para enchentes.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, Jales Pereira dos Santos, o órgão já está em nível de alerta para atender toda e qualquer ocorrência que acontecer, seja de alagamento pela chuva, enchente e eventual deslizamento de terra.
Ele destaca que o perrenho passado no ano passado, quando houve a subida rápida do nível do Rio Parauapebas e muitas casas firam inundadas rapidamente, serviu de aprendizado e, para este ano, toda uma estratégia foi montada para tentar evitar a mesma situação.
Leia mais:“A gente está observando o rio e, assim que se aproximar do nível que causa inundações das áreas mais baixas da cidade, a gente já emite o alerta para que as pessoas deixem o local”, adiantou.
Foi criada na Defesa Civil a Sala de Situação, que faz o acompanhamento diário das áreas de riscos e do nível do rio, para tomar as medidas emergenciais tão logo surja qualquer situação. Além disso, a equipe também realizou reuniões com a comunidade que mora em áreas sujeitas a inundações e deslizamentos, para orientar sobre os riscos de insistir em ficar no local, como geralmente acontece, diante da iminência de enchente ou queda de barranco.
Jales observa que essa chuva diária não é tão forte para causar alagamento, mas contínua representa mais risco porque vai encharcando o solo e pode causar deslizamento de terra. Parauapebas tem várias ocupações que ficam em áreas de morros, como é o caso do Bairro Nova Vitória, uma das áreas consideradas de maior risco de tragédia porque parte dos barracos fica nas encostas do morro, ficando sem qualquer estrutura.
Quanto ao rio, o coordenador ressalta que ao atingir 8 metros acima do nível normal já começa a desabrigar famílias que moram em áreas baixas, como é o caso do Riacho Doce e algumas localidades na área da VS10. No total, segundo o coordenador, existem 44 bairros na cidade que podem sofrer problemas com enchentes, alagamentos ou deslizamentos de terras.
“Temos uma equipe fazendo rondas, observando se existem canais obstruídos, se o solo das áreas de morros está muito encharcado e também fazendo o monitoramento do nível do rio. A gente acompanha diariamente as previsões dos institutos de meteorologia para saber o volume de chuva previsto para Parauapebas e também das áreas onde ficam córregos e riachos que desaguam no Rio Parauapebas”, explica Jales.
Ele informa que a Defesa do Município conta agora com dois números de contatos para quando surgir qualquer emergência. Os números são, além do 199, que é geral de emergência, o 3356-25 97 e 99290-5969. Este último é da equipe de plantão do órgão.
O coordenador garante que a Defesa Civil já está com um abrigo provisório pronto para levar as famílias que precisarem sair de casa e não têm condições de pagar aluguel ou parentes que possam os acolher. Além disso, em caso urgente, existem as escolas, que poderão abrigar essas pessoas, por até 72 horas.
“As escolas são o primeiro ponto de apoio porque geralmente os desabrigados são levados para locais não muito longe das áreas onde vivem, mas depois serão levadas para o abrigo”, frisa Jales Santos.
No ano passado a enchente do Rio Parauapebas desabrigou várias famílias. Muitas foram surpreendidas pela subida rápida do nível do rio e perderam praticamente tudo o que tinham. (Tina Santos)