📅 Publicado em 01/11/2025 08h25✏️ Atualizado em 03/11/2025 11h21
A Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro começou a divulgar, nesta sexta-feira (31), a lista de mortos na megaoperação da polícia do Rio de Janeiro. Entre os nomes estão os de alguns chefes da facção do Comando Vermelho de outros estados, incluindo Wesley Martins e Silva, o “PP”, líder do tráfico no Pará.
Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, os complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho (CV) em nível nacional, e o centro de decisão para todos os outros estados em que a facção criminosa atua. “[Nesses locais] são feitos treinamentos de tiros, para os marginais serem formados aqui e voltarem aos seus estados de origem para disseminar a cultura da facção”, afirmou o secretário.
Vale destacar que o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, era o principal alvo da operação, mas conseguiu escapar do cerco policial. O criminoso é considerado o maior chefe do Comando Vermelho (CV) em liberdade. Na hierarquia, está abaixo apenas de Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar, ambos presos em penitenciárias federais.
Leia mais:Conforme o Jornal O Liberal, de Belém, 15 paraenses morreram na operação e eram investigados por envolvimento em crimes como tráfico de drogas, organização criminosa, homicídios, extorsão, roubos e ataques contra agentes e viaturas de segurança.
Até o momento, foram identificados: Lucas da Silva Lima (“LK”), Jhonata de Lima Albuquerque (“Turista”), Gilberto Nascimento (“Bigodinho”), Nailson Miranda (“Mujuzinho”), Ednelson da Silva Abreu (“Caboco”) e Wesley Martins e Silva, todos já com passagem pelo sistema de segurança pública do Pará.
Outros cinco paraenses foram presos durante a operação: Rodrigo de Jesus Coelho (“RD”), Joelison de Jesus Barbosa (“Fuzuê”), Damilson Lopes (“DAM”), Helison Cauã Oliveira e Flávio Henrique dos Santos. Eles devem responder por crimes como tráfico de drogas, homicídio e associação criminosa.
99 IDENTIFICADOS
A Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro divulgou também nessa sexta uma lista com 99 nomes já identificados entre os 117 mortos na megaoperação.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, 78 tinham histórico de crimes graves — incluindo acusações de homicídio, tráfico de drogas e organização criminosa; 42 estavam foragidos; 39 eram de outros estados.
Desde terça, agentes do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio realizaram uma força-tarefa para identificar os corpos. Além dos 117 suspeitos, 4 policiais, dois civis e dois militares, também morreram na ação, a mais letal da história do RJ. Os corpos dos agentes mortos já foram enterrados.
A ação também prendeu 113 pessoas, sendo 33 de outros estados. Foram apreendidos 10 menores infratores, 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver e uma tonelada de drogas.
CONTRA O COMANDO VERMELHO
A operação, que envolveu 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, tinha como objetivo desarticular o Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão.
A ofensiva resultou em confrontos intensos, especialmente na Serra da Misericórdia, onde dezenas de corpos foram encontrados por moradores e levados até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, para facilitar o reconhecimento.
Moradores relataram cenas de horror. “Eu moro aqui há 58 anos. Nunca vi isso. Vai ser difícil esquecer. Essa cena aqui pra mim foi trágica”, disse uma moradora. Outro comparou o cenário a uma catástrofe natural: “A cidade tá igual tragédia, como quando tem tsunami, terremoto, com corpo espalhado em cima do outro”.

