Correio de Carajás

Caso Fabbllu: Advogado de Gatti pede revogação da preventiva

O acusado Vinícius Nogueira Gatti, de 32 anos, recebeu voz de prisão na manhã de ontem (3), tão logo ele se apresentou na sede do Departamento de Homicídios da Polícia Civil de Marabá, para prestar esclarecimentos sobre o assassinato de Fabbllu Ohara de Lima Gonçalves, de 30. Imediatamente após a prisão, o advogado de Gatti, Erivaldo Santis, entrou com pedido de revogação da prisão preventiva.

Conforme noticiado em primeira mão pelo CORREIO, Gatti matou Fabbllu com um tiro de pistola na noite do último dia 29, na residência do acusado, no Novo Horizonte, em uma reunião de amigos.

Para o CORREIO, na manhã de ontem, o delegado William Crispim, presidente do inquérito que investiga o caso, falou sobre o cumprimento do mandado de prisão contra Vinicius Gatti. “Logo após tomarmos conhecimento da autoria do crime, nós representamos ao juízo criminal pela expedição de mandado de prisão contra Vinicius, já que até então ele havia se evadido do local do crime. Hoje (ontem), ele se apresentou para prestar depoimento e já com o mandado de prisão em mãos, demos cumprimento”, explicou o delegado.

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Foi confirmado ainda pelo delegado, que na sexta-feira, 31, o advogado Erivaldo Santis teria tentado apresentar Vinicius. “Mas não foi possível ouvi-lo, já que eu estava em missão fora da delegacia. Porém, o mandado de prisão já estava expedido na sexta-feira, por esse motivo, Vinicius foi recolhido após prestar depoimento”, acrescenta Crispim.

O delegado William explicou ainda que os próximos passos da investigação serão recolher depoimentos de pessoas que chegaram ao local depois de ouvir a notícia do crime. “Depois disso, vamos trabalhar no relatório final e concluir o procedimento encaminhando ao Fórum”, explica o delegado.

Advogado critica

Para a Imprensa, o advogado Erivaldo Santis disse que já havia entrado em contato com o delegado William Crispim no dia seguinte ao homicídio (dia 30), mas não apresentou seu cliente porque o delegado disse que iria prendê-lo, pois ainda estava dentro do flagrante. Diante disso, ele combinou de apresentar o suspeito na sexta-feira (dia 31). Porém, o delegado estava em missão naquele dia, de modo que a apresentação só foi realizada ontem.

Pela segunda vez ontem, mas por telefone, o jornal conversou com exclusividade com o advogado Erivaldo Santis, que desta vez fez duras críticas à atuação do delegado Crispim. Segundo ele, a justificativa apresentada pelo policial no pedido da prisão preventiva estava baseada no fato de que Vinícius Gatti teria se evadido, o que – segundo o advogado – não aconteceu. A prova disso foram as duas tentativas de apresenta-lo à polícia.

Santis falou também que o delegado omitiu essas informações ao Poder Judiciário quando pediu a preventiva. “Ele (William Crispim) usou de artimanha”, resumiu Erivaldo Santis, ao acrescentar que o delegado “está agindo contra a lei”.

Ainda de acordo com Erivaldo Santis, esse fato foi relatado ao Poder Judiciário no pedido de revogação da prisão e uma cópia deve ser encaminhada ao Ministério Público para que tome ciência do fato, assim como ele diz que irá denunciar o delegado na Corregedoria de Polícia Civil. Para Santis, William Crispim incorreu em penalidades previstas na nova Lei de Abuso de Autoridade.

Procurado novamente pela reportagem para se pronunciar a respeito das declarações do advogado, o delegado William Crispim preferiu não rebater as críticas feitas por Santis, limitando-se a dizer que, caso seja realmente denunciado, ele irá se defender, conforme a lei.

O crime e a arma

Perguntado sobre as circunstâncias do crime, o advogado Erivaldo Santis disse que o que aconteceu foi uma tragédia, pois a vítima e Vinícius eram amigos e a arma disparou acidentalmente.

Perguntado onde estaria a arma do crime, o advogado disse que Vinícius a jogou no rio. Relatou também que seu cliente comprou a arma na mão de um caminhoneiro, recentemente.

Ainda segundo a versão do advogado, o que aconteceu foi uma série de erros. “O primeiro foi ele ter comprado essa arma”, disse o advogado, acrescentando que se trata de uma pistola 380. (Chagas Filho)