Correio de Carajás

Caso Bruno e Dom: após adiamento, réus depõem à Justiça hoje

Amarildo da Costa de Oliveira, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira são acusados de matar o indigenista e o jornalista.

Amarildo da Costa de Oliveira, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira chegaram a aparecer na tela de audiências — Foto: Rede Amazônica

Após o adiamento dos depoimentos, os três réus acusados do assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, depõem à Justiça Federal em Tabatinga, no Amazonas, nesta segunda-feira (8). Amarildo da Costa de Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima serão ouvidos em audiência online.

Os réus estão em presídios federais, no Paraná e Mato Grosso. Com as audiências em Tabatinga, a justiça busca definir se os acusados vão a júri popular.

Os três réus – Amarildo da Costa de Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima – seriam ouvidos no dia 17 de abril, por videoconferência, em uma sessão da audiência de instrução e julgamento que ocorria em Tabatinga, mas a defesa pediu o adiamento dos depoimentos.

Os advogados alegam que precisavam ouvir os réus por videoconferência reservada.

Amarildo, Jefferson e Oseney da Costa chegaram a aparecer na tela da audiência, mas não foram ouvidos pelo juiz Fabiano Verli, responsável pelas audiências de instrução do caso, nem pelo Ministério Público Federal (MPF-AM).

Na sexta-feira (5), o juiz Fabiano Verli proibiu qualquer monitoramento das conversas entre os advogados e os três presos. Os acusados estão em presídios federais.

Problemas técnicos

 

Em meio a problemas técnicos e de internet, nove pessoas, entre testemunhas e informantes, foram ouvidas nos primeiros cinco dias de audiência, em abril deste ano.

Na audiência de instrução e julgamento, o objetivo é verificar se as provas testemunhais colhidas durante a fase do inquérito policial são robustas ou não para os acusados irem a júri popular.

Caso Bruno e Dom

 

Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos afirma que Brasil deve esgotar as investigações sobre a possibilidade de encontrar mandantes nos assassinatos de Dom e Bruno — Foto: Getty Images via BBC
Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos afirma que Brasil deve esgotar as investigações sobre a possibilidade de encontrar mandantes nos assassinatos de Dom e Bruno — Foto: Getty Images via BBC

  • Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia, e foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael.
  • De São Rafael, seguiriam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
  • As vítimas teriam foram mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados.
  • Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
  • Os restos mortais dos dois foram encontrados em 15 de junho.

 

Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, foram presos suspeitos de cometerem os assassinatos.

Além dos três acusados, no fim de janeiro, a Polícia Federal (PF) apontou Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como o mandante dos homicídios.

Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Ele chegou a ser solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, em outubro. A prisão foi decretada novamente pela Justiça Federal após ele descumprir condições impostas quando obteve liberdade provisória. Colômbia também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas.

Segundo as investigações, “Colômbia” tinha relação direta com Amarildo. No processo, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo, Oseney e Jefferson pelo assassinato das vítimas. De acordo com o superintendente, Colômbia também será indiciado.

(Fonte:G1)