Correio de Carajás

Carta de uma garota que saiu com um militar

Recebi e decidi publicar, deliberadamente, uma carta enviada por e-mail, de uma jovem que pediu reserva de seu nome. Ela faz confissões interessantes e alerta outras garotas sobre os perigos do primeiro encontro. O texto vai na primeira pessoa, assim como ela me enviou, mas confesso que me permiti fazer algumas correções aqui e ali, possivelmente porque a missivista escreveu ainda cheia de emoções.

“Senhor cronista…

Eu tenho lido as histórias que o senhor conta neste jornal e as acho interessante e reveladoras. Entre as preferidas, a dos casais que foram juntos perder a virgindade no mesmo motel, que foi publicada dias atrás. Foi aí que me veio a ideia de escrever essa carta para lhe contar um pouco da minha história. Na verdade, uma história apenas, que aconteceu há cerca de um ano e creio ser muito curiosa. Talvez espantosa.

Leia mais:

Tudo começou quando fui fazer um voo de helicóptero a convite do Exército aqui em Marabá, mas a trabalho. Na aeronave, os militares nos trataram muito bem e achei o oficial bastante elegante, mas ele me deu zero moral.

Eu percebi, seu cronista, que ele é um cara muito profissional quando está de farda. No entanto, me seguiu no Instagram e começou a me chamar por lá. Eu achava ele bonito e dei corda! Em uma de nossas conversas, me falou que era viúvo e fiquei um pouco preocupada sobre isso. Mas acabou que me convenceu a sair com o seguinte argumento: eu vou te levar pra dar uma volta na minha Kawasaki. E assim ele fez. Saímos uma vez pra jantar em um bar e restaurante da Velha Marabá. Depois, ele me deixou em casa e eu quis sair de novo.

Confesso que fiquei atraída com a força de suas palavras e o cheiro de seu perfume. Acabei pensando nele como jamais pensara que se pudesse pensar em alguém, pressentindo-o onde não estava, desejando-o onde não podia estar, acordando de súbito com a sensação física de que ele me contemplava na escuridão enquanto eu dormia.

De maneira que eu mesma forcei o segundo encontro. Pra que…

Nessa segunda vez, nós saímos pra almoçar e depois de comermos num lugar bem bacana, ele me levou pra sua casa. Nesse dia eu tinha escolhido uma calcinha bonitinha, só pra estar preparada (não sou o tipo de mulher que sempre tá de fio dental).

Era uma calcinha azul, cara e de renda, da marca Hope.

Quando a gente entrou no quarto, ele já foi tirando a roupa e dizendo que ia tomar banho. Fiquei extremamente constrangida porque achei tudo muito rápido. E, sinceramente, prefiro beber alguma coisa antes dessas situações de sexo casual porque no fundo eu sou bem tímida (((acredite!!!!)))

Quando ele voltou do banho, já estava pronto para tudo. Pediu pra eu tirar minha roupa também e assim fiz. Mas antes, tirou minha sandália, que era amarrada no tornozelo. Foi um gentleman. Até o momento em que deitamos na cama e ele virou um animal.

Começou pelo meu cabelo, enfiou os dedos nos fios e puxava como se eu estivesse fugindo. Tirou minha calcinha com a boca e dali pra frente foi só ladeira abaixo. Aliás, aquele foi o último momento que vi minha calcinha.

Acho que ele me via como um touro selvagem, que precisava montar.

Eu fiz a última coisa que eu poderia ter feito: comecei a resistir. E aí ele me enfiou contra a cabeceira da cama e colocou a mão grossa e enorme no meu pescoço.

Comecei a lacrimejar, sabe? Minha maquiagem derreteu e deu pra ver em um dos milhões dos espelhos no quarto dele que eu tava com a cara toda preta já. Me deu teto preto, cutuquei ele com a mão e pedi pra parar. Mas acho que isso o instigou mais ainda.

Ele me pegou pelo cabelo e me apertou mais forte contra a cabeceira da cama e a coisa foi tão violenta que o móvel quebrou. ele só parou depois que deu um gemidão grosso e eu entendi o que tinha acontecido.

Quando parou, ele agiu como se nada tivesse acontecido. Me ofereceu água e o que eu quisesse comer, mas eu só conseguia beber água mesmo. E esperei um pouco pra não parecer tão desesperada como eu tava.

Vesti minha roupa e pedi minha calcinha e ele me disse, olhando nos meus olhos, que nunca me devolveria. Também perguntou se eu tinha gostado e afirmou que só não tinha usado “coisas que guardava na gaveta especial” dele porque me achava uma menininha.

Fui embora.

Nunca mais falei com ele”.

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.