Correio de Carajás

Caps realiza Janeiro Branco em diversas instituições de Marabá

Os profissionais que atuam no Centro de Atenção Psicossocial de Marabá (CAPS) estão realizando ações da campanha Janeiro Branco em diversas instituições do município. De acordo com o psicólogo Diego Rodrigues Vieira, que atende no CAPS, o objetivo é levar a prevenção. “As ações são para os profissionais que trabalham em ambientes com grau de insalubridade ou de alto estímulo ao estresse na rotina”, explicou.

A campanha, que surgiu em 2014, tem como principal objetivo conscientizar a todos da importância de promover e proteger a Saúde Mental. Entre as atividades previstas no cronograma do CAPS está o momento denominado “Cuidando dos cuidadores”, que ocorrerá no próximo dia 24 voltado aos profissionais que trabalham no Centro.

Já no dia 29 a equipe levará atividades para os funcionários do CIAM (Centro de Internação Masculino de Marabá). E no dia 31 de janeiro será realizada uma reunião no Caps com líderes religiosos do município.

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Ainda de acordo com o psicólogo Diego Vieira, essas ações são desenvolvidas para alertar as pessoas a cuidarem da Saúde Mental e, assim, perceberem se já estão em um fluxo de adoecimento para que possam procurar atendimento e evitar o desenvolvimento de doenças como depressão, transtorno de ansiedade, transtorno de bipolaridade, Síndrome de Burnout, entre outras.

“Existe muita demanda e em função disso que foi criada a campanha do Janeiro Branco, que é do Conselho Nacional de Psicologia, para falar de prevenção na Saúde Mental, sobre estratégias desenvolvidas na comunidade com políticas públicas e também no setor privado, atividades que possam contribuir com a prevenção nesse fluxo de adoecimento. Porque às vezes a pessoa está caminhando para uma doença mental e se houver uma intervenção pode ser que evite essa condição”, explicou.

SAIBA MAIS SOBRE O CAPS

O CAPS Castanheira passou para a categoria 3 em outubro de 2019. Após a mudança de prédio e um breve período de adaptação ao novo formato, o centro passou a funcionar 24h e nos sete dias da semana, incluindo os feriados, para atender os pacientes em tratamento ou crise.

Localizado na Nova Marabá, Folha 31, em um anexo ao lado do antigo CAPS II, o centro conta com duas suítes, com três camas cada e uma sala de plantão para os funcionários, possibilitando atendimento ininterrupto. Além disso, a estrutura possui espaço cultural externo, auditório, refeitório, banheiros adaptados, sala de aplicação de medicamentos, lavanderia e rouparia.   

Atualmente, a equipe do CAPS é composta por três psicólogos, dois terapeutas ocupacionais, três enfermeiros, uma assistente social, um psiquiatra, dois médicos especialistas, dois farmacêuticos, um educador físico, duas artesãs e quatro técnicos em enfermagem.

Estes profissionais realizam as mais diversas atividades dentro da promoção de saúde como teatro, dança, pintura, rodas de conversa, artesanato, entre outros. Esta relação entre arte e saúde rendeu à Marabá a indicação ao prêmio nacional de boas práticas e inclusão em saúde mental. 

Psicólogo Diego Rodrigues Vieira, que atende no CAPS: o objetivo é levar a prevenção

ATENDIMENTO

O CAPS é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofram com transtornos mentais, neuroses graves e demais quadros cuja a persistência e severidade justifiquem um cuidado intensivo. Para agendar atendimento é necessário ter no mínimo 14 anos e apresentar o cartão SUS do município, além da identidade e do CPF. O cadastro e primeiro acolhimento na instituição é realizado de segunda a sábado, das 08h às 17h.

Atualmente são cerca de 1300 prontuários ativos de pessoas que recebem assistência no CAPS. Um dos pacientes, Gilmar Pereira Lopes, faz acompanhamento há dois anos no Centro e para ele as atividades desenvolvidas pela equipe contribuem muito para a melhora do problema que o afastou de sua função de operador de empilhadeira há 11 anos.

“Eu tomo cinco tipos de remédio pra poder me estabilizar. Aqui a terapia me ajuda muito a reabilitar com as aulas de pintura, o acolhimento. Eu já fiquei internado por duas vezes, mais de 40 dias. Só que agora eu estou finalizando o acompanhamento aqui pra ser encaminhado ao postinho de saúde, melhorei muito, a equipe aqui trata a gente muito bem”, relatou.

De acordo com o médico em Saúde Mental do CAPS, Charles Roosevelt de Almeida Vasconcelos, o processo de cura depende muito dos hábitos e das relações que a pessoa mantém. “Cada um tem o seu jeito de proteger a Saúde Mental e isso pode ser na companhia de amigos ou na própria solidão, seja em uma festa, indo a uma igreja, seja indo para a natureza, lendo um livro, fazendo exercícios. O importante é que exista uma agenda em que guarde um momento para promover a Saúde Mental”. (Fabiane Barbosa e Josseli Carvalho)