Correio de Carajás

CAP vence PFC com gol no fim e respira na Segundinha

Miller, de falta, fez o gol da vitória do Tricolor do Norte aos 45 do 2º tempo; PFC ainda lidera grupo

O Clássico dos Minérios válido pela quarta rodada do Campeonato Paraense Série B foi tão emocionante quanto o primeiro embate entre Parauapebas FC e Atlético Paraense, porém com um vencedor diferente: o CAP venceu o PFC por 2 a 1 e finalmente conquistou sua primeira vitória na competição.

O jogo disputado no Rosenão nesta quarta-feira (27), às 18h, já teria uma dramaticidade a mais após o Santos de Moju vencer o Cametá por 2 a 1 em Cametá, resultado interessante para as duas equipes. Uma vitória do Parauapebas faria a equipe abrir seis pontos de diferença sobre o Mapará e garantir a liderança do grupo E, enquanto um triunfo do Atlético evitaria que o time amargasse a lanterna isolada e diminuísse a diferença para o próprio Mapará para dois pontos.

Carregado de emoção após um duro embate na primeira rodada, quando o CAP abriu 2 a 0, mas tomou a virada do PFC, perdendo por 3 a 2, o embate começou morno no Colosso do Liberdade, com um jogo muito truncado no primeiro tempo. Houveram chances, sendo a mais clara uma linda arrancada de Ramon pela direita aos 16 minutos: ele ficou cara a cara com goleiro Dejair, mas carimbou a trave do Parauapebas.

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O PFC teve um revés logo no início da partida, com o ponta direita Thulio, autor de dois gols na competição (incluindo o gol da vitória do Gigante de Aço no primeiro Clássico dos Minérios), sendo substituído por Gabriel por conta de uma lesão. A equipe já tinha dois desfalques importantes: o zagueiro Júnior Gaúcho e o centroavante Tiago Recife.

No segundo tempo o jogo ficou mais aberto, com as duas equipes se lançando ao ataque em busca do resultado; um empate não era bom para o Parauapebas, mas seria muito ruim ao Atlético Paraense, que teve mais posse de bola ofensiva e chegava de forma mais insinuante que o rival.

Alex Cazumba, o capitão e experiente lateral esquerdo do Tricolor, mostrou mais uma vez porque é a referência técnica de sua equipe: em bela tabela pelo lado esquerdo, ele ficou livre para cruzar a bola na medida para Ramon no segundo pau, que acabou furando o chute, mas a bola sobrou no meio para Felipinho fuzilar no canto esquerdo de Dejair: 1 a 0 para o CAP aos 26 minutos do segundo tempo.

A partir daí o PFC correu atrás do prejuízo após se manter quase inofensivo durante todo o segundo tempo de partida. Não demoraria muito para que o Gigante de Aço igualasse o placar, aos 33 minutos da segunda etapa: bola alçada na área por Índio, Henrique dominou no peito invadindo a pequena área e foi tocado pelo goleiro John – pênalti claro, convertido por Aleff no canto esquerdo do CAP. É o quarto gol de Aleff, um dos artilheiros da competição.

O Parauapebas parecia satisfeito com o empate, mas o Atlético Paraense, pelas circunstâncias, agora era quem se lançava ao ataque. Estava muito difícil para o Tricolor do Norte furar a bem postada defesa do Gigante de Aço, e a solução que a equipe do técnico Zé Carijé encontrou foi uma finalização de fora da área.

Índio derrubou Vinicius em falta frontal ao gol de Dejair aos 44 minutos do segundo tempo. O experiente goleiro do PFC ajeitou a barreira acreditando que a batida viria pelos pés do canhoto Alex Cazumba, mas quem realizou a cobrança foi o destro Miller, que bateu por fora da barreira e acertou o canto baixo do Parauapebas: 2 a 1 para o CAP aos 45 do segundo tempo.

O árbitro da partida ainda daria cinco minutos de acréscimo, que foram extrapolados por conta de atendimentos médicos recebidos pelos jogadores do Atlético. Depois de quase oito minutos de tempo extra, o CAP conseguiu sua primeira vitória na competição. Após o apito final, quando as equipes confraternizavam no campo de jogo, houve um indício de confusão entre as equipes, mas rapidamente os ânimos foram acalmados.

Após os três pontos conquistados, Zé Carijé ficou com a sensação de que finalmente sua equipe teve um resultado que fez jus a atuação: “A gente não vinha jogando para merecer a derrota; tivemos várias falhas individuais que resultaram em gols, foram cinco em bolas paradas. Mudamos a atitude, passamos de marcação individual para mista, tomamos um gol, mas felizmente o Miller marcou na cobrança de falta e conseguimos os três pontos”, declarou.

O treinador do Atlético Paraense comemorou a reação de sua equipe, que agora tem mais duas rodadas para buscar a sonhada classificação para a segunda fase da Segundinha. “O mais importante é que continuamos vivos na competição. Foi uma semana conturbada, alguns jogadores saíram, mas os que ficaram, ficaram com uma energia boa e finalmente conquistamos um resultado positivo”.

“Agora é descansar para depois trabalhar, afinal ainda temos chances de classificação”, disse Carijé, projetando um duro fim de campeonato para o Tricolor do Norte. A equipe recebe o Santos de Moju pela próxima rodada da Segundinha, neste fim de semana, enquanto o Parauapebas vai a Cametá enfrentar o Mapará.

Com nove pontos, o PFC ainda é o líder do grupo E, e por conta da derrota do Cametá, ainda manteve a diferença de três pontos para o segundo colocado, que já não é mais um dos melhores vices da Segundinha e, portanto, não está se classificando para a segunda fase. Atlético Paraense e Santos tem quatro pontos cada, com o time da Capital do Minério ficando na frente pelo saldo de gols. (Juliano Corrêa)