O município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, foi o campeão em casos de dengue em 2019, com 272 registros de pessoas com a doença. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
De acordo com as informações, os outros municípios que encabeçaram os casos de dengue em 2019 são Conceição do Araguaia (248); Senador José Porfírio (182); Novo Repartimento (104); Belém (93); Anapu (80); Vitória do Xingu (75); Rurópolis (66); Pacajá (64) e Ourilândia do Norte (61). Os dados também mostram que o Pará reduziu no ano passado em 67,57% os casos de febre chikungunya e de 47,43% de zika, em relação a 2018.
Só a dengue continua em elevação, com aumento de 13% no mesmo período em relação ao ano anterior. Não foi registrado nenhum óbito por essas doenças em 2019.
Apesar dos números positivos sobre chikungunya e zika, a Sespa sengue com o alerta máximo à população nas ações preventivas contra o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, principalmente agora com o início do período chuvoso na Região Amazônica. A Sespa ainda alerta as secretarias municipais de Saúde para a importância da notificação imediata à Coordenação Estadual de Controle da Dengue de casos graves e óbitos suspeitos.
Segundo a secretaria, a investigação epidemiológica é necessária para confirmação de mortes por dengue, com aplicação do protocolo específico e realização dos exames de sorologia e isolamento viral no Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) e Instituto Evandro Chagas (IEC). A Sespa destaca que desde 2016, seguindo a proposta da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, utiliza três tipos de classificação da doença: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
A coordenadora Estadual de Controle da Dengue, Aline Carneiro, explica que os exames de sorologia e isolamento viral são fundamentais para saber quais vírus estão circulando no Pará. “Nos exames realizados em 2019 foram identificados 21 casos de dengue tipo 1 e 45 tipo 2. Mas o fato de ter poucos casos isolados não significa que não estejam mais circulando”, observa Aline.
Ela orienta que, evitar acúmulo de água continua sendo a melhor maneira de combater o mosquito da dengue, já que sem criadouros o Aedes aegypti não se reproduz. “Essa é a parte principal que cabe à população, que também deve procurar ajuda médica aos primeiros sinais e sintomas dessas doenças, já que o início é semelhante a um resfriado, mas pode se agravar e até matar”, aconselha a coordenadora.
Entre os cuidados que a população deve adotar diariamente estão: guardar garrafas sempre viradas para baixo; encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda; manter bem tampados baldes, tonéis e caixas d’água; guardar pneus ao abrigo da chuva e da água; limpar calhas no telhado; não deixar água parada sobre a laje; colocar o lixo em sacos plásticos bem fechados dentro de uma lixeira tampada, e fazer sempre manutenção de piscinas com produtos químicos apropriados.
A Sespa ainda destaca que diversas ações vêm sendo desenvolvidas em conjunto com os municípios para manter as doenças causadas pelo Aedes sob controle no Estado. Entre eles, o Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika vírus; emissão de informe epidemiológico mensal; reunião com municípios da Região Metropolitana de Belém, Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e Coordenação de UBV, com a participação de coordenadores de Vigilância em Saúde, Epidemiológica e Endemias; realização de seminários para debater estratégias; supervisão das atividades de controle vetorial nos nove municípios do 12º Centro Regional de Saúde (CRS); treinamento destinado a supervisor de campo para municípios do 3º CRS; implantação das estações disseminadoras em dois condomínios de Belém e Ananindeua, para avaliação de método inovador de combate ao vetor, e bloqueio de transmissão em municípios com mais focos. (Tina Santos- com informações da Agência Pará)