Logo após ser reinserido no serviço público municipal, após afastamento desde o dia 12 de abril passado, o médico João Batista Lopes recebeu solidariedade dos vereadores locais por meio de uma Nota de Desagravo emitida pela Câmara Municipal de Marabá (CMM), na terça-feira (25). Durante a sessão do Legislativo, o médico fez uso da palavra para falar um pouco sobre as acusações de erro médico feitas contra ele e, principalmente, para agradecer o apoio que tem recebido.
Antes da fala do médico, foi lido um extenso relato sobre a carreira de João Batista, formado em 1982 (37 anos atrás), deixando claro que ele construiu uma bela história na Medicina, principalmente dentro da área da Ginecologia e obstetrícia.
Durante sua fala, “Dr. João Batista” falou sobre os dias de angústia que viveu após ter sido denunciado. “Você fica sem chão”, resume, acrescentando que nunca foi processado antes, devido ao seu histórico profissional ter sido sempre permeado pelo êxito e, de repente, se viu em uma situação pela qual nunca passara antes. “Você fica sem saber o que fazer, você não dorme, é muito difícil”, relembra.
Leia mais:Por outro lado, o médico fez questão de ressaltar que recebeu apoio de muitas pessoas, não apenas de profissionais da saúde, mas também de pacientes, ex-pacientes e até mesmo de gente que ele nem conhece, num claro sinal de reconhecimento ao seu trabalho.
O médico se disse feliz por poder voltar a trabalhar na área pública em Marabá e lamentou a publicação da denúncia contra ele por parte do que chamou de “mídia irresponsável”, sem, no entanto, explicar se essa tal “mídia irresponsável” era algum meio de comunicação do município ou mesmo grupos de redes sociais que proliferam país afora.
A respeito da Nota de Desagravo em seu favor, assinada por todos os vereadores da Câmara de Marabá, o médico disse que esse documento significa muito para ele, pois o profissional entende ser questão de honra ser mantido no quadro de servidores e limpar o nome. “Isso é que é importante para qualquer profissional que se dedicou durante tantos anos”, reafirma.
O médico João Batista ainda não disse quais medidas pretende tomar em relação à prefeitura, pois – segundo seu advogado – ele foi afastado sumariamente do serviço público tão logo ocorreu a denúncia de mau atendimento e agora, ao que parece, ele foi reinserido no quadro funcional sem nenhuma explicação oficial.
Em abril, João Batista foi denunciado porque teria feito um procedimento errado em uma paciente, cuja bexiga foi cortada indevidamente durante uma cirurgia, segundo relato da própria Prefeitura Municipal, que inclusive externou o nome do médico para a Imprensa, na época. João Batista disse em seu discurso que não foi ele quem operou a paciente.
Além de atuar no Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá e de manter uma clínica particular, João Batista trabalha também no serviço público de Palestina do Pará e Itupiranga. (Chagas Filho)