Correio de Carajás

Brasil e EUA lideram retrocessos ambientais, aponta estudo que abrange mais de um século

No mais completo estudo do tipo já realizado, um grupo de cientistas de diversas universidades estrangeiras, liderados pela ONG Conservação Internacional, analisou todos os atos governamentais que resultaram em redução de metragem, diminuição de restrições ou extinções de áreas de proteção ambiental em todo o mundo de 1892 a 2018.

O resultado do trabalho, que sai na edição desta sexta-feira (31) da revista científica “Science”, é preocupante: há uma tendência mundial de retrocessos ambientais, acentuada nas últimas duas décadas. E tal movimento é liderado por dois países de proporções continentais: Estados Unidos e Brasil.

“Antes campeões em conservação global, Estados Unidos e Brasil estão agora liderando uma tendência mundial preocupante de grandes retrocessos na política ambiental, colocando em risco centenas de áreas protegidas”, resume comunicado divulgado pela Associação Americana Para o Avanço da Ciência (AAAS), na sigla em inglês. “As mudanças regressivas buscam alterar ou remover legalmente o status de proteção e diminuir o tamanho das áreas de conservação natural.”

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Nos 126 anos analisados, 73 países promulgaram 3.749 legislações do tipo, resultando na extinção de 519.857 quilômetros quadrados de áreas protegidas – uma área maior do que a Espanha – e no afrouxamento da proteção de outros 1.659.972 quilômetros quadrados – três vezes o tamanho da França.