As competições de mata-mata guardam na sua essência algo que o futebol tem de mais caro: a chance concreta de o mais fraco derrotar o mais forte! É claro que isso sempre pode acontecer em qualquer esporte, mas no futebol a zebra passeia com maior frequência. E quando se trata de mata-mata, então!
Quem diria, por exemplo, que o Boca Jr., que chegou aos trancos e barrancos na semifinal da Libertadores, iria desbancar o todo-poderoso Palmeiras no carpete do Alianz Parque? Pois é, já foi pra conta. Agora, Boca e Fluminense é quem farão a grande final no Maracanã, no dia 4 de novembro.
O time brasileiro tem, de longe, um futebol mais bem jogado do que o Boca. Há pelos menos dois anos o Fluminense vem mostrando ao Brasil que é possível sair jogando sem dar chutão; que é possível aos atletas flutuarem em várias posições durante o jogo; que é possível jogar boa parte da partida com apenas um zagueiro; vem mostrando que é possível fazer uma porção de coisas, saindo da zona de conforto. Somado a isso, o Flu tem na sua linha de frente um tal de Germán Cano, que tem 12 gols em 11 jogos, artilheiro máximo da competição e candidatíssimo a Rei da América.
Leia mais:Por outro lado, o Boca Jr., não obstante seus seis títulos de Libertadores, apresenta um futebol solidário, mas pouco inspirado, pra não dizer fraco. Empatou as seis partidas do mata-mata. Isso mesmo, não venceu ninguém. Joga por uma bola, faz muitas faltas e catimba. Em certos momentos da partida, se pudessem, os jogadores do Boca furariam a bola; noutros momentos, a bola nem faz diferença. Chegaram do jeito que chegaram e todo mundo viu.
Outro componente que joga a favor do time brasileiro é que a final será no lendário Maracanã, que é, por assim dizer, a casa do Fluminense.
Dito isso, não resta dúvidas sobre quem é o favorito para a final. Pelo menos é a previsão que se faz. Mas é aí que mora o perigo. Afinal de contas, nem sempre o previsível entra em campo. Na real, muitas vezes é o improvável que sai do banco de reservas para decidir o jogo.
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.