Correio de Carajás

Aurélio Goiano se diz vítima do sistema e escancara perseguição

Aurélio Ramos de Oliveira Neto, o Aurélio Goiano, do PSD, comentou nesta quinta-feira (1º), em entrevista ao apresentador Alex Tavares, no Fala Cidade Parauapebas, na TV Correio, a representação por abuso de prerrogativas e quebra de decoro parlamentar aberta contra ele na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Parauapebas.

A denúncia foi protocolada na Casa de Leis pelo cidadão Odair Rodrigues Ribeiro e aceita por 14 votos favoráveis dos vereadores durante a Sessão Ordinária da última terça (29). A representação se baseia em seis atos supostamente cometidos pelo edil, conforme o denunciante.

Odair acusa Aurélio de invadir o Hospital Geral de Parauapebas e ameaçar profissionais de saúde, de convocar manifestação durante pandemia, de convocar fechamento da portaria da Vale, de ameaçar servidor lotado no gabinete do prefeito, Darci Lermen, e de participar de falsificação de suposta decisão judicial do Tribunal Regional Eleitoral, além de realizar obras no município sem autorização do Poder Público.

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Conforme Aurélio Goiano, as acusações não passam de perseguição. O vereador faz oposição incisiva e solitária à atual administração. “A gente não faz parte do pedaço do bolo, não faço parte da corja, não indiquei secretário, não tenho Secretaria, sou vítima de um sistema e estão querendo cassar o mandato de um cara que não está pegando um pedaço do bolo”, declarou.

O edil ilustrou a fala afirmando que tempo atrás ouviu de um secretário municipal que ao se aproximarem as eleições é comum prefeito rachar secretarias para que os edis eleitos ficassem “calados” e o então prefeito pudesse governar. “As propostas que vêm me fazendo são indecentes demais, eu sou assediado desde o dia que virei vereador”, diz, sem entrar em detalhes sobre quais propostas são essas.

Em contrapartida, afirma que há vereador que comprou fazenda com seis meses de mandato. “Naquela Casa todo mundo é santo”, ironiza, questionando as denúncias contra ele. “Estão querendo caçar meu mandato porque teria feito uma suposta ameaça, mas comigo tinha mais de 20 guardas municipais na prefeitura, porque eu fiz “aglomeração”, porque entrei no hospital 3 horas da manhã para perguntar porque tinha morrido pessoas sem oxigênio… vão ter que provar que eu falsifiquei a assinatura de uma desembargadora do estado”, declarou.

O vereador garante nem se preocupar com o fato de a denúncia ter sido protocolada, mas diz não confiar na idoneidade dos colegas que formam a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, presidida por Zé do Bode. “É um teatro montado faz tempo, temos 14 vereadores favoráveis e todo mundo ali tem telhado de vidro, mas eu acho bom colocar os pingos nos is porque a população sabe quem está do lado dela e quem não está. Eu tenho várias provas disso, me tiraram até do grupo que montaram do whatsapp de vereadores. Um grupo institucional”, disse.

Por fim, o legislador garante ter nada pessoal contra os colegas, mas que não vai deixar de realizar o trabalho para o qual foi eleito por pressão de ninguém. “Fui eleito para ser fiscal e não secretário. Não tenho nada contra ninguém na Câmara e não quero a fatia do bolo, não vou me vender, estão querendo caçar meu mandato porque eu não quis entrar no jogo e os pares sabem que a minha língua não se queima com papa quente”, afirma, acrescentando que prefere perder o mandato a balançar a cabeça contra irregularidades, criticando o “caos” da cidade, principalmente na saúde e na infraestrutura.

“O administrador não possui responsabilidade. A gente está vendo agora a repercussão e é uma perseguição, o sistema está tentando me calar. Vai me calar porque isso aí (processo) é um teatro, mas a Justiça vai lidar”. (Luciana Marschall)