Nesta quarta-feira (23), o delegado Ivan Pinto, titular da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Marabá, devolveu à Polícia Militar do Estado do Maranhão a arma utilizada pelo soldado Felipe Freire Sampaio para atirar contra o professor Ederson Costa Santos, que trabalhava no IFPA Campus Industrial de Marabá, em agosto do ano passado.
“Se finaliza mais uma etapa dessa investigação envolvendo o Felipe Gouveia. Estamos entregando a pistola que é patrimônio da PM do Maranhão e que foi apreendida no batalhão de Imperatriz. Ele tinha cautelada essa pistola, estava no dia do crime em posse dela e foi a arma utilizada na morte do professor”, informou o delegado.
De acordo com ele, o armamento foi periciado e dele saíram os dois projéteis que atingiram o professor. “Junto com essa arma vieram também as munições que serviram para a comparação microbalística que atestou que os tiros que mataram o professor partiam da arma cautelada ao soldado Felipe Gouveia”.
Leia mais:O delegado destacou que o processo está a ponto de o juiz responsável pelo caso pronunciar os acusados. Além do soldado, a companheira dele, Thais Santos Rodrigues, também responde pelo crime. “Os advogados pediram novas diligências, já cumprimos e agora vamos aguardar a decisão do juiz para saber se eles vão a júri ou não”.
A pistola foi entregue em Marabá ao major Antônio Rodrigues dos Santos, da PM do Maranhão. “A gente veio apanhar a pistola que pertence ao 3º Batalhão de Imperatriz porque ela já foi submetida à perícia e já está liberada para reavermos”, comentou, explicando que é comum policiais militares cautelam armas do estado permanentemente, como era o caso de Felipe. Destacou, porém, que ele não tinha permissão de deixar o Estado do Maranhão em posse dela.
“É autorizado ser usada apenas dentro do estado, em serviço ou em folga. Para a gente foi um choque, tínhamos ele como ótimo policial e nunca imaginamos que ele se envolveria em uma situação desta natureza”, afirmou.
O crime contra o professor Ederson foi registrado por câmeras de segurança na madrugada de 4 de agosto de 2018, em frente ao Sesi, no Núcleo Cidade Nova. As imagens mostram o policial atirando contra o professor e o casal fugindo no carro de Thaís, que havia se envolvido pouco antes em um acidente com a vítima. A batida entre os veículos foi o que provocou a discussão que terminou em tragédia.
O soldado Felipe Gouveia está preso no Centro de Recuperação Anastácio das Neves (Crecan), em Santa Izabel, zona metropolitana de Belém. Em dezembro passado foi trazido a Marabá para a audiência de pronúncia dos dois acusados. Vinte testemunhas foram intimadas para prestarem esclarecimentos durante a audiência, realizada no Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes. (Luciana Marschall – com informações de Josseli Carvalho)