Correio de Carajás

Aposentada de Parauapebas clama por ajuda para sustentar família

Há seis anos a aposentada Raimunda Cardoso de Moraes Pereira luta para ajudar o filho, Manoel Cardoso, diagnosticado com sucessivos problemas de saúde e, atualmente, tratando uma infecção no estômago que resultou na remoção de parte do órgão. Ele usa uma bolsa de colostomia e precisa de alimentação especial por também ser intolerante ao glúten.

Com a aposentadoria de apenas R$ 800, contudo, a mãe que reside em Parauapebas não está conseguindo mais manter a casa. Outra dificuldade da família é a inexistência de uma geladeira, para armazenar os produtos que ganham ou compram, e um máquina de lavar roupas, já que ela não pode mais lavar grandes quantidades à mão, devido à idade. 

Moradora da Rua São Francisco, nº 100, no Bairro da Paz, Raimunda conta que a vida está nada fácil. “Nem um ventilador pra ele tem. Eu tô sobrevivendo de um filho de Deus que me dá uma cesta básica. Eu pago água, energia, troco o bujão e o restante fica pra comprar umas coisinhas dele (Manoel)”, conta.

Leia mais:

Conforme ela, assim que o filho recebeu alta da cirurgia, recebeu a visita de assistente social da Prefeitura Municipal, informando que providenciaria apoio, o que nunca ocorreu. “Assistente social andou aqui três vezes, dizendo que ia ajudar, dar um auxílio pra ele, mas até agora não apareceu nada”.

Uma das pessoas que ajudam a família é o açougueiro Railson Souza da Silva. Ele trabalhava em um estabelecimento do bairro quando conheceu Raimunda, que todo dia ia ao local comprar pequenas quantidades de alimentos.

Railson, sentado entre Manoel e Raimunda, mobiliza a campanha

“Ao longo do tempo a gente criou um vínculo. Eu sempre chamava ela de vozinha, até que chegou um dia que ela me convidou pra vir até a casa dela pra gente tomar café e conversar um pouco mais. Nisso eu pude conhecer um pouco da realidade que está bem delicada”, comenta.

A partir desse momento, ele iniciou uma campanha no próprio perfil de Instagram e conseguiu mantimentos, ração – 10 gatos vivem na casa após terem sido abandonados na porta de Raimunda – e uma quantia em dinheiro. As doações, porém, já acabaram.

“Agora a gente tá tentando mais uma vez chamar a atenção dos empresários e das próprias autoridades de Parauapebas pra ajudarem. Na casa dela tá precisando muito de um tanquinho, pela idade dela, e uma geladeira, porque eu percebi que todos os dias ela vai no mercado porque ela tá sem geladeira”, diz.

Raimunda também possui alguns problemas de saúde decorrentes da idade, como diabetes e pressão alta. Eventualmente, recebe ajuda de pessoas que passam pela casa, mas há uma inquietação em saber se haverá a próxima refeição. “Um dá R$ 50, um chega com uma batatinha, uma cenoura, uma carne moída, os irmãos da igreja dão uma cesta básica e nisso aí eu tô escapando… mas hoje, por exemplo, eu tô precisando pra fazer a comida dele e não tenho. Tenho nem 5 centavos nessa casa. Eu só sobrevivo porque eu acredito em Deus. É difícil”, finaliza.

Quem tiver interesse em ajudar a família pode entrar em contato pelo número (94) 99800-5604. (Luciana Marschall e Rayane Pontes)