Correio de Carajás

Apenas 21% das trabalhadoras contratadas em 2021 mantiveram os empregos

Das 123.117 admissões de mulheres paraenses no mercado de trabalho formal em 2021, somente 25.682 delas mantiveram seus empregos. É o que aponta um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), a partir de dados oficiais do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).

Os números levados em consideração são apenas os de trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não inclui ocupações informais. A pesquisa constatou que no ano passado foram realizadas em todo o Pará um montante de 405.983 admissões, contra 334.731 desligamentos. Ou seja, apenas 71.252 dos trabalhadores contratados mantiveram seus empregos.

Desse total, 123.117 das admissões foram de mulheres, onde as demissões atingiram 97.435, resultando em 25.682 mulheres que permaneceram em seus postos de trabalho. Um número que surpreende pela proporção, considerando que do total de pessoas admitidas, mais da metade terminaram 2021 desempregadas.

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Em comparação, no ano de 2020 apenas 8% das 87.985 mulheres admitidas permaneceram em seus postos de trabalho. Ou seja, o aumento do número de mulheres trabalhando com carteira assinada, de um período para o outro, foi mais de 300%, um resultado visto como positivo.

O estudo do Dieese/PA demonstra ainda que no ano passado todos os setores de atividades econômicas do estado tiveram crescimento na geração de empregos formais femininos. Com destaque para o setor do comércio, que garantiu 10.674 mulheres em seus postos de trabalho, seguido pelos setores de serviços, indústria, construção e agropecuária.

Olhando para todos os estados da região norte, dos 62.717 empregos mantidos, 40,9% são do estado do Pará; 23,1% do Amazonas; 12,1% de Rondônia; 10,6% do Tocantins; 5,5% do Acre; 4,6% de Roraima e fechando o ranking, 3,1% do Amapá.

O relatório divulgado pelo Dieese/PA ressalta que “é importante lembrar que o mundo moderno apresenta hoje novos desafios para a construção de uma sociedade mais justa. Da perspectiva dos trabalhadores, não se pode imaginar a elevação do padrão de vida e a existência de uma real igualdade de oportunidade para todos, sem que as questões que afetam as mulheres sejam resolvidas, principalmente a igualdade de oportunidades.”

O estudo é parte integrante do projeto do Observatório do Trabalho do Estado do Pará, parceria entre o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e o Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda – SEASTER. (Luciana Araújo e Luciana Marschall)