Com o desenvolvimento do projeto “Braço Robótico controlado por placa Arduíno” os estudantes Sofia Araújo e Marcus Russ, do curso de Eletromecânica do Campus Marabá Industrial, ficaram ente os 300 finalistas da Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC) e conquistaram credencial para participar da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul 2020 (FETECMS), online. Os alunos competiram com estudantes do Brasil inteiro e se destacaram pela inovação tecnológica tanto no campo do ensino como no da indústria.
A feira ocorreu no período de 26 a 28 de junho, online. Além de conceder credenciais para eventos científicos no Brasil e no exterior, também estimula o desenvolvimento de uma rede de jovens cientistas brasileiros. Pela primeira vez o evento foi realizado totalmente online, em virtude da pandemia, como os estudantes não estavam presentes para explicar o seu projeto foi disponibilizado um vídeo explicativo no site do evento.
O projeto, coordenado pelo professor Israel Peixoto, tinha como objetivo a construção de um braço robótico controlado por placa Arduíno, com os resultados obtidos a equipe visualizou duas possibilidades de uso do braço: aplicação na indústria e no ensino. Lembrando que os protótipos foram construídos em aulas presenciais antes da chegada da pandemia do novo coronavírus.
Leia mais:Na primeira aplicação os estudantes desenvolveram primeiramente um protótipo de braço robótico, em pequena escala, para uso industrial, com utilização de impressora 3D e controle à distância. Neste caso, o mecanismo demonstrou ter mais de uma aplicação, tornando-se viável para novos projetos que envolvam a de manipulação de materiais perigosos e da engenharia biomecânica.
Na área do ensino, foram construídos dois modelos didáticos de baixo custo, cujo desenho é totalmente original, projetado, construído e aplicado pelos alunos-pesquisadores. Tratam-se de modelos que exigiram a aprendizagem interdisciplinar de vários conteúdos, melhorando a assimilação de conteúdos relacionados à robótica, eletrônica e automação por meio do desenvolvimento de estrutura mecânica com acionamentos elétricos através da computação. Assim, diferentes disciplinas se integraram, destacando-se Física, Matemática e Língua Inglesa, além de tópicos de disciplinas técnicas, tais como, Máquinas e Acionamentos Elétricos, Instrumentação Industrial e CLP, Empreendedorismo.
O aluno Marcus Russi falou sobre a sua experiência no projeto. “Eu achei extremamente enriquecedor ter participado do processo de elaboração do projeto, pois foi possível ter o conhecimento prático do que é trabalhado em sala de aula e entender um pouco mais sobre a área de robótica, na qual pretendo seguir. Também consegui aprender um pouco sobre programação, mecânica e a trabalhar com diferentes componentes eletrônicos, tudo isso com ajuda do professor Israel e minha parceira Sofia”, frisou o estudante.
A aluna Sofia Araújo destacou a importância do trabalho para o aprendizado no curso e o que aprendeu em todo esse processo de construção. “Como esse projeto surgiu de anseios que tínhamos pra melhorar nossa aprendizagem e ajudar outros alunos também, posso dizer com toda certeza que vem sendo uma experiência muito enriquecedora tanto pessoal quanto acadêmica. Eu aprendi a ter perseverança, porque o conhecimento nem sempre trilha um caminho linear, é necessário muito trabalho duro. Aprendi também a lidar com as frustrações que não são poucas e utilizá-las para algo bom, ou como diria meu orientador, que os erros ensinam tanto quanto os acertos, assim como a valorizar cada vez mais o trabalho em equipe, porque a ciência não se faz só”, enfatizou Sofia.
O professor Israel Peixoto falou sobre a sua satisfação em acompanhar os estudantes em projetos de pesquisa e inovação. “Trabalhar a pesquisa com alunos do Ensino médio é algo que me proporciona muita satisfação. Acompanhar o desenvolvimento do discente na metodologia da pesquisa científica e observar os seus avanços é indescritível. Especificamente, tratando-se dos alunos Marcus e Sofia, pude ver o desenvolvimento de ambos, tanto nos aspectos científicos como comportamental”.
O docente também destacou que na “pesquisa científica a principal certeza que temos é que algo vai dar errado e é nesse contexto que o aluno aprende a perseverar, sempre perguntando ‘por que?’ e ‘como?’. Como ao alunos do Ensino Médio ainda estão em estágio de amadurecimento, entender que o insucesso é apenas mais um degrau na escada para o sucesso, e que dedicação, insistência e foco são as premissas básicas para chegar ao topo, trabalhar projetos com eles é uma ferramenta de extrema eficiência para este amadurecimento”.
Apesar da pandemia e de cumprirem o isolamento social os professores do IFPA Campus Marabá Industrial não pararam a pesquisa, os docentes Israel Peixoto e Daniel Oliveira estão trabalhando em suas casas em dois protótipos que auxiliarão no enfretamento à pandemia. O primeiro consiste no “Diagnóstico do Coronavírus através do efeito capacitivo”, desenvolvido por Israel Peixoto. O segundo consiste “Equipamento esterilizador portátil de ambientes”, pensado por Daniel Oliveira. Espera-se que os dois protótipos fiquem prontos e funcionem perfeitamente bem para que sejam produzidos em larga escala possam ajudar a população. (Ascom Campus Marabá Industrial)