Correio de Carajás

Alergia à picada de insetos

A alergia ocorre quando seu sistema imunológico reage a algo que normalmente é inofensivo para a maioria das pessoas. Se você entrar em contato com uma substância que seu sistema imunológico vê como ameaça, conhecida como alérgeno, ele responderá liberando uma substância química chamada histamina e outras substâncias.

A alergia à picada de inseto, conhecida como estrófulo, gera sintomas como vermelhidão local e coceira intensa. A grande maioria das pessoas com alergia à picada de inseto evoluem com sintomas leves ou até mesmo moderados. No entanto, existem determinadas pessoas com risco maior de complicações em consequência da possibilidade de evolução para o choque anafilático.

A esses indivíduos podemos dizer que tem uma reação alérgica exagerada (choque anafilático) que é caracterizada por queda da pressão arterial e extrema dificuldade em respirar devido ao edema de glote. Nestes casos, a reação é muito rápida e o indivíduo deve ser levado para o hospital o mais rápido possível, pois existe o risco de morte por asfixia.

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São sintomas de alergia à picada de inseto vermelhidão, inchaço da área, coceira intensa, saída de líquido fluido e transparente pelo local da picada. Os insetos que mais causam reação alérgica são pernilongos e borrachudos, abelhas, marimbondos e vespas, formigas de fogo e pulgas. Ao ter alergia a algum destes insetos, o indivíduo tem 60% de chances de ter uma reação alérgica igual ou pior se for picado outra vez.

O maior risco das picadas de inseto está na possibilidade do temido choque anafilático. Por este motivo, diagnosticar as fases iniciais de uma reação alérgica sistêmica anterior ao choque anafilático tem grande importância para o tratamento. Para Mauro Yoshiaki, em uma reação local grave, as queixas incluem vermelhidão generalizada, urticária e edema com coceira. Essas reações aumentarão a probabilidade de reações sistêmicas graves se o paciente for exposto novamente.

Em uma reação anafilática, os sintomas podem variar de leve a fatal. As queixas iniciais incluem coceira generalizada, urticária e edema de glote. Esses sintomas podem progredir e o paciente desenvolver ansiedade, desorientação, fraqueza, distúrbios gastrointestinais, cólicas uterinas, incontinência urinária ou fecal, tonturas, falta de ar ou tosse. Se a reação progredir mais ainda, os pacientes podem ter insuficiência respiratória e colapso cardiovascular.

Segundo Herberto Chong a incidência de sensibilização aos venenos de insetos é de 9 a 32 %, por testes cutâneos e ensaios imunológicos. Reações sistêmicas ocorrem em 0,3 a 7,5 % dos indivíduos sensibilizados. Os venenos que causam alergia são proteínas, a maioria enzimas, também presentes aminas vasoativas como a histamina, epinefrina, acetilcolina. As reações aos venenos de insetos podem ocorrer por mecanismos imunológicos ou não, com a possibilidade de reações cruzadas entre eles.

Para o tratamento da alergia à picada de inseto, recomenda-se passar gelo envolvido em tecido molhado no local por até dez minutos. O gelo vai promover vasoconstricção local e diminuir a inflamação. Na maior parte dos casos, o uso de creme à base de corticoide, de 2 a 3 vezes ao dia, por cinco dias, é suficiente para tratar a alergia. Ao coçar a área, o indivíduo pode agravar o quadro e gerar uma infecção secundária. Neste caso, recomenda-se o uso de creme à base de antibiótico para uma abordagem mais eficiente.

Ediléia Bagatin afirma que a maioria das picadas de insetos pode ser tratada de forma aguda com compressas após higiene com água e sabão e água para minimizar a possibilidade de infecção. A adrenalina é o pilar do tratamento pré-hospitalar de uma reação sistêmica. A via de administração depende da condição do paciente e da experiência de quem está prestando o atendimento em saúde. Os anti-histamínicos e corticoides sistêmicos ajudam a controlar as reações sistêmicas.

 

* O autor é especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.