O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta quarta-feira (19) que lamenta as ofensas do presidente Jair Bolsonaro contra a jornalista da “Folha de S.Paulo” Patrícia Campos Mello.
“Primeiro com relação às declarações do presidente nesse episódio com a jornalista, a gente lamenta, porque a gente sabe o papel fundamental da imprensa brasileira”, afirmou após reunião com o governador de São Paulo, João Dória.
Na manhã de terça-feira (18), em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente questionou, com insinuação de caráter sexual, a atuação de Patrícia Campos Mello em reportagens sobre o disparo massivo de mensagens durante a campanha eleitoral.
Leia mais:“Ela queria um furo. Ela queria dar um furo [pausa, pessoas riem] a qualquer preço contra mim”, disse Bolsonaro.
Antes de Bolsonaro, Hans River do Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, afirmou à CPI mista que apura a divulgação de notícias falsas que a jornalista se “insinuou” para obter informações. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, também atacou a jornalista.
Alcolumbre afirmou que espera que daqui para frente as questões sejam levadas com mais respeito. “Que a gente possa daqui para frente conduzir com mais respeito, mais atenção, que vocês são atores importantes no fortalecimento das instituições”, disse.
Para CPI, depoente não esclareceu
Para integrantes da CPI, Hans River do Nascimento não deu esclarecimentos sobre o disparo ilegal de mensagens durante as eleições.
Ele foi convocado para prestar esclarecimentos a partir de um requerimento apresentado pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP).
Durante sua fala, o ex-funcionário da empresa Yacows usou uma apresentação de slides para divulgar: trechos de conversa que teve pelo Whatsapp com a repórter da “Folha de S.Paulo”, fotos de caixas com chips e aparelhos celulares que supostamente seriam utilizados no esquema de disparo em massa de mensagens.
Hans River deve ser novamente convocado para depor na CPI das Fake News. Nesta terça, a sessão da CPI foi encerrada por falta de quórum. Os requerimentos pendentes devem ser votados na sessão desta quarta (19).
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu à CPI a quebra do sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de Hans River e da empresa dele.
“O acesso a dados sigilosos da testemunha constitui o principal meio para esclarecimento das reais condições e circunstâncias em que se deram as tratativas com a jornalista da ‘Folha de S.Paulo'”, argumentou o senador no pedido. (Fonte:G1)