Correio de Carajás

Ação social promove reconhecimento de paternidade gratuita em Marabá

O coordenador da Defensoria Pública de Marabá, José Erikson, afirma que o projeto busca reduzir o quadro alarmante de sub-registro na cidade/ Foto: Evangelista Rocha

Na semana que antecede o Dia dos Pais, a Defensoria Pública de Marabá, em colaboração com o Ministério Público, a Prefeitura e o Cartório Michels, trazem uma iniciativa significativa para promover a cidadania e o reconhecimento de paternidade na cidade. O projeto intitulado “Minha certidão, minha cidadania: Pai legal” visa a preencher um espaço vazio na Certidão de Nascimento ou Identidade de marabaenses, além de proporcionar um caminho mais acessível para os pais que desejam reconhecer voluntariamente a paternidade de seus filhos.

A ação será realizada em duas escolas municipais durante os dias 10 e 11 de agosto. Na quinta-feira (10), das 9h às 12h, o evento ocorrerá na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Inácio de Souza Mota, localizada no Km 7 do núcleo Nova Marabá. Já na sexta-feira (11), das 9h às 17h, o projeto se estende para a EMEF Professor José Flávio Alves de Lima, situada no bairro Araguaia.

A principal proposta da ação é tornar mais acessível o processo de reconhecimento de paternidade, especialmente em casos onde não é necessária a realização de um exame de DNA. Para os pais que desejam reconhecer espontaneamente a paternidade e inserir o nome na certidão do filho, o procedimento será simplificado e gratuito.
A expectativa é atender aproximadamente 100 casos em cada um dos dias da ação.

Leia mais:

No entanto, para aqueles que possuem dúvidas ou necessitam de mais confirmação, a opção de realizar um exame de DNA estará disponível. Isso permitirá que o processo seja conduzido de maneira transparente e justa, visando ao bem-estar das crianças, adolescentes e adultos envolvidos.

José Erikson, coordenador da Defensoria Pública de Marabá, destacou a importância do projeto: “Esse é um serviço que, em resumo, oferece para os pais que quiserem reconhecer voluntariamente a paternidade, o serviço para fazê-lo. O cartório vai estar lá, será já providenciado o registro da criança, já com o nome do pai, de forma gratuita, na hora”.

Ele reitera que o pai que comparece, mas tem dúvida, poderá realizar gratuitamente a coleta do material biológico para fazer o exame de DNA. Algo que, normalmente, além de demandar tempo, também tem um preço que, muitas vezes, não é acessível.

O coordenador ressalta que o serviço também estará disponível para os pais que comparecerem dispostos a se submeterem ao exame para tirar a dúvida e, consequentemente, assumirem a responsabilidade.

Em último caso, os pais que estiverem se eximindo de suas responsabilidades paternas, a Defensoria entrará com o serviço de ajuizamento das ações cabíveis contra este indivíduo: “Estamos falando de responsabilidade, seja no que diz respeito ao reconhecimento e paternidade, seja no que diz respeito à obrigação de contribuir com o sustento dessa criança”, pontua.

O projeto foi idealizado pelo defensor Público Francelino Silva, em resposta a uma preocupação relevante. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, cerca de cinco mil crianças e adolescentes matriculados na rede pública de ensino de Marabá possuem apenas o nome da mãe em suas certidões de nascimento. Isso acarreta uma série de desafios e implicações legais.

A ação busca reduzir esse quadro alarmante de sub-registro, oferecendo uma solução prática para a inclusão do nome do pai nas certidões.

Para finalizar, José Erikson ressalta, ainda, que essa é uma responsabilidade que tem sido assumida praticamente sozinha pelas mães, que têm que trabalhar fora e ainda precisam sustentar o filho, enquanto essas crianças têm um pai que não está assumindo a devida responsabilidade.” (Thays Araujo)