Correio de Carajás

A determinação numa tríade do esporte na vida de Natália

Natália Pirovano: “O triatlo é mais que uma competição física; é uma poderosa ferramenta de empoderamento”

A vida de Natália Pirovano de Almeida é uma jornada repleta de movimento, paixão e descobertas. Desde pequena, o espírito esportivo a impulsionou a explorar os limites de seu corpo e mente, moldando sua identidade em meio a uma miríade de modalidades. Cada passo, cada mergulho, cada pedalada foram fragmentos de uma narrativa enraizada na busca pela superação e autoconhecimento. Hoje, ela representa a juventude do triatlo em Marabá.

Aos 35 anos, Natália conta que seu percurso esportivo começou ainda na infância. A natação foi o seu primeiro mergulho no mundo dos esportes, uma experiência que a desafiou a explorar as profundezas de sua própria capacidade. Mas as correntezas da vida a levaram a novas margens, onde o gramado verde do futebol foi o segundo contato atlético da técnica de segurança.

Ao mudar para Marabá, há 24 anos, Natália se viu imersa em novos horizontes. Aqui, o handebol se revelou como um convite para desafiar seus limites de agilidade e destreza. Na faculdade, porém, o cenário mudou. As demandas acadêmicas relegaram os esportes ao banco de reservas de sua vida, mas o fogo dentro dela não se apagou.

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O retorno ao mundo esportivo veio com a graça e elegância do tênis. A dança sincronizada entre raquete e bola que a encantou por anos. Mas o peso de uma vida sedentária a levou a dar o próximo passo: correr: “Eu tava bem acima do peso e queria emagrecer, então entrei num grupo de corrida”.

E foi por meio de um amigo do esporte que ela foi apresentada à sinfonia de natação, ciclismo e corrida: o triatlo.

Desde 2017, Natália mergulhou de cabeça nessa nova jornada. Corridas deram lugar a treinos intensos, pedaladas se tornaram símbolos de liberdade e a água se transformou em seu aliado mais íntimo. Com o suporte de uma assessoria especializada, ela moldou seu corpo e mente para os desafios que se aproximavam.

“Em 2018, eu realmente entrei para esse mundo e hoje eu não quero mais sair”, relata. E então, provas se tornaram seus palcos. Cada braçada, cada pedalada, cada passo são um testemunho de sua resiliência e devoção à modalidade. Hoje, imersa nas águas profundas do triatlo, ela não deseja retornar à margem. Pois ali, no calor da competição, encontrou não apenas um esporte, mas um estilo de vida.

Sua estreia no mundo das provas de Sprint foi em Mosqueiro, uma competição vibrante e intensa que desafia os limites do corpo e da mente, com distâncias que testam a velocidade e a resistência. Na categoria de Comerciários, Natália cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

Mas as águas profundas do triatlo pareciam chamar por desafios ainda maiores, e logo Natalia se viu migrando para provas de distâncias olímpicas, com 1.500 metros de natação, 40 quilômetros de bicicleta e 10 quilômetros de corrida.

No entanto, o horizonte de possibilidades se expande diante da jovem, com o desafio iminente de uma prova de meio Iron, o 70,3, e o seu objetivo maior, o Iron Man. “Com 3.800 metros de natação, 180 quilômetros de bike e uma maratona de 42 quilômetros, o Iron Man é a epítome da resistência e determinação”, um teste supremo que a aguarda no próximo ano.

O triatlo, inegavelmente, carrega consigo o estigma de ser um esporte predominantemente masculino, mas as vozes femininas estão se erguendo com determinação para desafiar esse paradigma.

Em meio a esse panorama, surgem comunidades como a “Mulheres do Tri”, conta ela. Um grupo coordenado por outra atleta de Brasília quem em meio a estereótipos, se torna fonte de inspiração e união para ela e as outras. Conversando com Natália fica claro que a jornada da mulher no triatlo é multifacetada e desafiadora, permeada por ciclos físicos únicos e exigências que transcendem o mero aspecto atlético.

“O triatlo, na minha opinião, é muito mais do que uma competição física; é uma poderosa ferramenta de empoderamento. As conquistas das mulheres que praticam essa modalidade vão além das linhas de chegada, desafiando preconceitos arraigados e celebrando a resiliência do corpo feminino em meio às suas complexidades e transformações”, pontua.

Ao explicar sua paixão pelo esporte, Natália desvenda para o mundo a essência desafiadora e libertadora do triatlo. As trilhas percorridas, as águas cruzadas e os quilômetros pedalados se transformam em símbolos de superação e autoconhecimento. A jornada de treinamento, intensa e multifacetada, reflete o compromisso inabalável dela em buscar seus limites e transcender barreiras.

“Quando retornei aos treinos após a pandemia, foi como se eu nunca tivesse parado. Seis vezes por semana me entrego ao rigor dos treinos, comprometida com a força, resistência e determinação”, relata. Musculação, fortalecimento, alongamento, natação, bike e corrida compõem o tecido de sua vida.

(Thays Araujo)