Terezinha Cavalcante Almeida, de 61 anos, sofreu um acidente de motocicleta no último dia 24 de outubro e fraturou o fêmur na parte superior próximo da articulação. Ela foi internada no Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde aguarda ser transferida, há quase 10 dias, para o Hospital Regional Público do Sudeste Doutor Geraldo Veloso (HRSP) para realizar uma cirurgia. A demora preocupa os familiares da idosa.
A filha de Terezinha, Amanda Cayne Cavalcante, foi quem entrou em contato com a Rádio Correio FM para desabafar a situação de sua mãe. “Além dela estar em uma maca do pronto socorro, em condições impróprias para um ser humano, o acompanhante, que é o meu pai, João Maria da Silva Almeida, passa o dia em uma cadeira de plástico, e a noite se deita em um papelão no chão para descansar. Isso quando consegue descansar”, relatou Amanda.
As equipes de reportagem do Grupo Correio foram até o HMM para ouvir João Maria, que também descarregou sua revolta pelo tratamento recebido na casa de saúde. “Eu acho o espaço físico desse hospital desumano. Nós não conseguimos relaxar, pois é muito quente, eu passo o dia abanando minha esposa com um pedaço de papelão e, à noite, para descansar, eu deito no papelão. Ela sente dores, começa a gemer, então eu ‘pulo’ para fazer uma massagem no pé dela”, relata o marido.
Leia mais:Além do drama vivido durante a permanência de Terezinha no HMM, João revela que só descobriu há dois dias que precisa diariamente solicitar um espelho de atualização da paciente para conseguir uma vaga no Hospital Regional. Porém, essa informação não havia sido repassada antes. “Eu fiquei sabendo que ela era a primeira na fila e por eu não ter feito essa atualização, colocaram outra pessoa no lugar da minha esposa. Ela está piorando e temo que possa ocorrer alguma coisa pior”, preocupa-se.
A Reportagem apurou que, além de Terezinha, há mais nove pacientes que também amargam a espera por uma vaga no Hospital Regional. Inclusive, na mesma ala que está a idosa, há outro ancião de 91 anos, também com uma fratura, aguardando há 30 dias pela transferência. Sobre o assunto, o Portal Correio procurou a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), porém, até o fechamento desta matéria, não respondeu a solicitação de posicionamento.
Em relação ao relato de Amanda Cayne e João Maria, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá respondeu, em nota, que a paciente está recebendo todo o suporte necessário do Hospital Municipal. “No entanto, a paciente precisa de uma internação a nível terciário, no Hospital Regional, que pertence à rede estadual de saúde, ou em outro hospital, com especialista, o que foi solicitado desde o primeiro dia em que a paciente deu entrada no HMM”, complementa a nota.
Sobre os demais pacientes internados na casa de saúde, que também aguardam regulação ao HR, a nota da Prefeitura ressaltou que o HMM “não mede esforços para atender seus pacientes, que além da alta demanda de Marabá, atende todos os municípios do entorno de Carajás”, finaliza a nota. (Zeus Bandeira e Chagas Filho)
Na manhã desta terça-feira (3), a Assessoria de Comunicação da Sespa, enviou nota, às 10h34, informando que “a paciente já tem leito reservado para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência”, em Belém. Às 12h45, a filha de Terezinha, Amanda Cayne, confirmou à Rádio Correio FM que sua mãe foi transferida.
Reportagem atualizada às 14h44.