Ainda não existe data definida, mas até o final deste ano o atual prédio que abriga o Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA) será desativado e passará a funcionar em uma área anexa, dentro do complexo penitenciário de Marabá. A informação foi dada pelo juiz Caio Marco Berardo, da Vara de Execuções Penais de Marabá. Mas isso não é tudo.
O obsoleto prédio do CRAMA, construído em meados dos anos 90, que não mais abrigará detentos, deve ser transformado em uma estação de trabalho para os presos, segundo informou o magistrado. No local, de acordo com o juiz, deve funcionar uma usina de reciclagem. Mas isso ainda depende de parceria que deve ser firmada entre a Prefeitura Municipal de Marabá e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).
Ainda de acordo com Caio Berardo, hoje existem detentos que já trabalham dentro do complexo penitenciário e outros que atuam na limpeza de ruas, graças a parceria estabelecida com a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop). Além disso, existem alguns detentos do regime semiaberto que, durante o dia, trabalham na cidade e retornam no final da tarde para passar a noite na cela.
Leia mais:O juiz chama atenção para o fato de que, para cada três dias trabalhados, o preso ganha remissão de um dia de pena. “O mais importante é que ele (o detento) tenha uma atividade e se afaste desse mundo do crime”, observa o magistrado.
Para o juiz, a possibilidade de o preso trabalhar não dá garantiu total de que essa pessoa não vai voltar a delinquir, mas já é um incentivo muito grande. “Eu não digo que elimina (o crime) porque as origens são diversas; há determinados tipos de crime que realmente fica muito mais complexa a reintegração, mas fazendo um trabalho direcionado e com estrutura, uma grande parcela realmente consegue ser atingida, sem dúvida; isso as experiências mostram”, explica.
A frequência do trabalho é enviada ao Poder Judiciário pela direção das casas penais, mas também é feita uma conferência no local durante as visitas penitenciárias, que muitas vezes ocorrem sem aviso prévio. Nessas visitas também é conferida a situação da superlotação carcerária.
Ampliação
A nova casa penal terá aproximadamente 600 vagas, o que certamente desafogará o número de presos no complexo de Marabá, posto que atualmente a população carcerária local é de 800 detentos, sendo 100 mulheres no Centro de Recuperação Feminina de Marabá (CRFM) e outros 700 divididos entre o CRAMA e a Central de Triagem Masculina de Marabá (CTTM).
Antes disso, a construção de uma penitenciária em Parauapebas já havia garantido mais vagas para o CRAMA, pois a nova casa penal passou a abrigar detentos também dos municípios de Eldorado do Carajás e Curionópolis.(Chagas Filho e Josseli Carvalho)