Correio de Carajás

Policiais e amigos de PM fazem manifestação

Esta semana, policiais, amigos e familiares do policial militar Rafael Nunes Feitosa fizeram um protesto em frente à sede do Fórum de Justiça de São João do Araguaia em prol do PM, que é acusado de assassinar Luiz Guinhazi Júnior, o “Júnior Playboy”. O crime aconteceu no dia 27 do mês passado e o policial foi preso no último dia 2.

Em defesa do acusado, que está no Centro de Recuperação Coronel Anastácio das Neves (CRECAN), é que o policial agiu em legítima defesa, pois Júnior teria tentado agredir o PM com uma garrafa de bebida. A confusão aconteceu durante uma festa na zona rural de São João.

Em nota à Imprensa, colegas de farda de Rafael disseram que os policiais são seres humanos como qualquer outra pessoa e diante de uma agressão vão se defender e utilizar os meios necessários para isso. “Um cidadão comum irá utilizar o que ele achar pela frente para se salvar, pois uma garrafada mata, e um policial o instrumento que ele tem para se defender e cessar a agressão é a arma de fogo”, diz a nota.

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Ainda de acordo com o documento que circula pelas redes sociais, o intuito dos policiais nunca foi de tirar vidas e sim de cessar qualquer agressão contra eles ou outro cidadão. “O falecimento do Júnior playboy foi uma fatalidade e lamentamos por isso”, declara outro trecho.

Os militares observam ainda que a missão deles é servir e proteger. “E cumprimos bem essa missão, trabalhamos 24 horas e a qualquer hora do dia ou noite sempre terá um policial para ajudar, prendemos muitos criminosos, recuperamos vários objetos, veículos etc. Sempre tem um policial para ajudar, quando o perigo vem sempre é a Polícia Militar que aparece para o socorrer”.

Por fim, os responsáveis pela nota se direciona à família de Júnior playboy, lamentando o ocorrido. “Não saímos nunca para matar, mas essa fatalidade foi uma imensa perda para a família, mas pedimos de coração para essa família que chora que analise o caso com muita atenção, pois esperamos que a justiça seja feita sim e acreditamos na inocência do Rafael”, finaliza.

O PM Rafael Nunes está preso no CRECAN por decisão judicial

O outro lado

Procurados pelo Correio de Carajás, os advogados Arnaldo Ramos e Railson Campos, que advogam para a família Guinhazi auxiliando a acusação, enviaram nota observando que o direito de manifestação é assegurado pelo Carta Política de 1988. Mas fazem uma ponderação em relação ao protesto de agora.

“Nos últimos dias vimos nos meios de comunicação manifestações de algumas pessoas/amigos do soldado da polícia militar, Rafael Nunes, que teve a sua prisão decretada pela Justiça por ter ceifado a vida do jovem Luiz Guinhazi Junior, se aglomerarem no interior do Fórum de São João do Araguaia com o intuito de pressionar o Judiciário”, dizem os advogados.

Segundo Arnaldo e Railson, a defesa alega que houve um ato em legítima defesa, mas as teses serão discutidas durante a instrução processual que sequer nasceu; explicam que será garantido ao soldado todos os meios de defesa previstos no ordenamento jurídico para que ele possa se defender das acusações.

“O que não se pode é tentar intimidar o poder judiciário ou os familiares da vítima e querer inverter os personagens desse crime, criminalizar a vítima e vitimizar o criminoso, o local do tiro desferido pelo Policial Militar foi um local mortal, região peitoral, o policial não estava de serviço, estava na festa, aonde segundo relatos já havia se envolvido em outras confusões anteriormente ao disparo, então fica a pergunta: por que ele estava portando arma de fogo e ingerindo bebida alcoólica no local dos fatos?”, questionam.

Eles perguntam mais uma vez: “Por que escolheu uma região vital para atirar, mesmo com todo treinamento que lhe é conferido pela instituição? Mais uma coisa é cristalina, mesmo condenado daqui uns anos, o soldado poderá comemorar seu aniversário junto com a sua família, já a família da vítima restará apenas uma data que não será para comemorar, apenas para acender uma vela, no dia de finados”. (Chagas Filho)