Uma reunião a ser realizada no próximo dia 19 de agosto deve definir se a entrada de visitantes na famosa cachoeira Três Quedas, na Serra das Andorinhas, terá controle externo do número de visitantes ou não.
Nesta data, ocorrerá uma reunião extraordinária de membros do Parque Estadual Serra dos Martírios-Andorinhas (PESAM), onde será apresentada proposta neste sentido, buscando criar regulamentação em prol da melhoria do local. O assunto foi levantado após o incidente da aglomeração ocorrido no mês de julho deste ano, mas deve permanecer mesmo após passado o período da pandemia.
Dentre as várias propostas, está inclusa a possibilidade de o visitante ter uma licença para circular no espaço das Três Quedas, como um termo de compromisso, orientando o que deve ser levado ou não para o local de recreação. A Três Quedas está inclusa dentro da Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia – APA Araguaia – que serve como um amortecimento para o parque, além de ser responsável pela Unidade de Conservação de Proteção Integral de todo o território composto pela Serra das Andorinhas.
Leia mais:Ao Portal Correio de Carajás, Maricélio Guimarães, um dos conselheiros da APA Araguaia e do PESAM, foi visitar a Serra para fazer o cálculo por meio de croqui para prever a capacidade de carga turística para o banho da Três Quedas.
Segundo ele, a capacidade de carga serve para manejar os recursos em territórios naturais. Apesar de já terem feito esse monitoramento para saber quantos visitantes o local poderia receber, o estudo não foi muito preciso, por isso viram a necessidade de discutir sobre a possível elaboração de uma minuta para a criação de uma Resolução AD REFERENDUM, que exige algumas obrigações do proprietário em relação àquele balneário, visto que mesmo sendo um local privado, ainda faz parte de uma unidade de conservação dentro da APA Araguaia.
Maricélio Guimarães, que também é biólogo, observa que a preocupação não é somente com a cachoeira Três Quedas, que é o portal de entrada ao parque, mas sobretudo, pela preservação de toda a área de uso, pois é um ponto de acesso ao Pesam e muito acessível à cachoeira da Quarta Queda, localizada dentro do parque.
Guimarães vê a necessidade da criação da resolução de regulamentação de uso, visto que dentro desse documento, o proprietário se comprometeria em monitorar e repassar ao Ideflor-Bio questões como a iminência de um salva-vidas, a necessidade de ter lixeiras espalhadas pela área e o recolhimento frequente, além de apresentar os itens que os visitantes não devem levar até a área de banho da cachoeira, tais como vidros, alumínios, plásticos que podem acabar sendo deixados no local.
Por sua vez, gestor do Ideflor-Bio em São Geraldo do Araguaia, reconhece que o dilema será palco de discussão entre os conselheiros das duas unidades de conservação. “O serviço público tem que trabalhar com a iniciativa privada e o novo proprietário está bastante sensível com a questão da conscientização da preservação do meio ambiente e vamos utilizar isso de forma sustentável”.
O novo dono da fazenda onde está situada a Três Quedas quer melhorar a infraestrutura, construindo chalés. “Precisamos controlar as pessoas que estão entrando e saindo da unidade de conservação, então eu acredito que vai sim melhorar muito a gestão da unidade de conservação. Nós vamos discutir com conselheiros e criamos uma resolução para restringir a quantidade de pessoas que comportam o local, para evitar o impacto ambiental dentro da área das Três Quedas, independente de pandemia. Não é uma questão sanitária, é uma questão ambiental”, salienta Douglas. (Ulisses Pompeu)