A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (10) ter feito no final de semana a transferência de Lindojhonson Silva Rocha de Tucuruí, no sudeste do Pará, para a Central de Triagem da Marambaia, em Belém. A viagem de helicóptero aconteceu no sábado (8), sendo que o condenado chegou às 10h40 na unidade prisional da capital.
Lindojhonson, condenado a 43 anos de prisão pela morte do casal de extrativistas José Claudio e Maria do Espírito Santo, ocorrida em 2011, em Nova Ipixuna, estava foragido desde 2015 e foi preso na madrugada de sexta-feira (7), na zona rural de Tucuruí, onde vivia com o nome falso de Raimundo Nonato e o apelido de Nato.
A prisão foi coordenada pelo delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor de Polícia do Interior, que também foi responsável por investigar o crime na época, quando era diretor da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca), em Marabá. Segundo ele, a Polícia Civil agora investiga a possível participação de Lindojhonson em outros crimes cometidos no local onde ele foi recapturado.
Leia mais:O secretário de Estado de Assuntos Penitenciários, Jarbas Vasconcelos, informou via assessoria de comunicação da Polícia Civil, que a pena será cumprida no Complexo de Americano, em Santa Isabel, onde “a possibilidade de fuga ou de resgate não existe”, disse. Acrescentou, ainda, que a transferência ocorreu como medida associada ao nível de periculosidade do preso e importância do evento criminoso.
Lindojhonson foi preso a primeira vez em 2011, durante as investigações pelo duplo assassinato. Em 2013 foi condenado na Comarca de Marabá e em 2015 fugiu do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), na mesma cidade. O outro executor do casal de extrativistas, Alberto Lopes do Nascimento, condenado 42 anos de prisão no mesmo Tribunal do Júri, cumpre a pena atualmente no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Santa Izabel.
Na mesma ocasião, o pecuarista José Rodrigues Moreira, apontado como o mandante do crime, foi absolvido e a decisão causou revolta nos familiares e entidades de proteção ambiental, visto que o casal era ativista da causa, frequentemente denunciando grilagem de terras e desmatamento ilegal no projeto de assentamento agroextrativista Praialta Piranheira, onde vivia.
Houve pedido de anulação do júri, acatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que o transferiu para a capital e decretou a prisão preventiva de José Moreira. Antes do crime, ele havia comprado uma área de 144 hectares no projeto, três vezes maior que um lote comum de assentamento, ato considerado ilegal e denunciado pelas vítimas, que passaram a ser ameaçadas. Em 2016, no novo julgamento, José Moreira acabou condenado a 60 anos de prisão e segue foragido. (Luciana Marschall com informações de Ascom/Polícia Civil)