Quase metade dos estudantes do Pará não participam de atividades virtuais desde que a pandemia da Covid-19 suspendeu as aulas presenciais. O dado foi divulgado pelos Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT) após escuta pública realizada entre a comunidade escolar.
O resultado da pesquisa foi divulgado nesta quinta-feira (6) após ouvir mais de 21 mil pessoas entre alunos, genitores/responsáveis, professores, técnicos e gestores de instituições de ensino, que se manifestaram sobre a oferta da educação neste período de pandemia do novo coronavírus.
A escuta foi promovida por meio de questionário virtual e encerrou na última sexta-feira (31/7). O resultado vai auxiliar na atuação dos órgãos de execução dos MPs, no acompanhamento das políticas públicas e nas medidas que vão garantir o retorno seguro às aulas presenciais. O resultado completo da pesquisa está disponível aqui.
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A escuta verificou que o nível de satisfação em relação às atividades remotas foi baixo. Ainda assim, a maioria da comunidade escolar prefere o ensino híbrido, quando ocorrer a reabertura das escolas.
A rede pública teve maior participação na escuta, com 80,2% de interessados. A rede privada contou com 19,8% das contribuições. Do total de participantes, o maior índice está inserido no ensino fundamental, foram 45,6%. Desse, 87,4% são residentes na área urbana, dado que revela o nível de exclusão dos estudantes da área rural como ribeirinhos, quilombolas e indígenas.
Do total de participantes, 35,6% responderam ter ficado sem atividades substitutivas às aulas regulares e 47,8% não realizaram atividades virtuais.
Quase 37% dos participantes alegam que não foram consultados sobre a realização das atividades substitutivas; enquanto que 24% declararam não saber, revelando a baixa participação da comunidade escolar nas decisões dos gestores.
Mais da metade, 51,1%, dos participantes declararam que a escola utilizou materiais digitais na realização das atividades remotas; mas apenas 39% informaram que a escola não verificou previamente se todos teriam acesso à internet. (Fonte:G1)