As investigações sobre a morte de Maura Dubal Martins, de 46 anos, ocorrida no dia 4 de janeiro em Marabá, estão paralisadas porque uma das perícias, requerida no dia 31 de março, nunca foi feita pelo Centro de Perícias Científicas (CPC) de Marabá, simplesmente porque o microcomparador balístico da instituição está quebrado e não há prazo para ser consertado. A informação chegou ao CORREIO por meio de uma fonte e foi confirmada pelo diretor do CPC, Marcelo Salame.
Maura morreu dentro de casa, na Vila Militar Castelo Branco, com um tiro na cabeça, numa cena inicialmente tratada como suicídio, mas que depois passou a ser investigada pelo Departamento de Homicídios de Marabá. Maura era esposa do comandante do 23º Batalhão Logístico de Selva (BLog), tenente-coronel Andreos Souza, que foi quem comunicou o ocorrido às autoridades policiais, pois na hora do crime ele e os três filhos do casal estavam todos em casa.
O primeiro delegado a cuidar do caso, William Crispim, não ficou convencido do suicídio por causa da parte da cabeça onde o tiro foi dado. Depois dele, assumiu o delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Vargas, que requereu, ao todo, quatro perícias no mesmo dia 31 de março e só uma delas já foi entregue pelo CPC até o momento.
Leia mais:Mas em relação a isso, o Centro de Perícias informou que, na verdade, faltam ser entregues duas perícias: uma é justamente a da arma usada na morte de Maura, que está paralisada porque o microcomparador balístico não funciona; e a outra é um exame de material genético, que teve de ser enviado para o Laboratório de Genética Forense, na sede do CPC em Belém, porque esse tipo de análise não se faz em Marabá.
Sem previsão
Perguntado quando o microcomparador balístico do CPC local será consertado, Marcelo Salame deu uma resposta nada animadora. “Nós não temos previsão do conserto desse microcomparador, não”, disse Marcelo, acrescentando que ainda será necessário fazer um levantamento para identificar qual a empresa que faz essa manutenção, até porque só existem dois equipamentos desses em todo o Estado do Pará, um em Belém e outro em Marabá.
Enquanto isso, o Departamento de Homicídios fica de mãos atavas e não consegue dar uma resposta para a sociedade sobre esse rumoroso caso. O Correio de Carajás tentou falar com o delegado Toni Vargas, titular do departamento que investiga a morte, mas ele disse que não vai se manifestar nessa fase da investigação. (Chagas Filho)
SAIBA MAIS
O microcomparador serve para identificar as características únicas de cada arma, por meio das microrraias, que são uma espécie de impressa digital da arma. Isso permite afirmar de qual arma partiu uma bala usada em algum crime.