A paixão pela leitura transformou a menina sonhadora na escritora Crys Carvalho. Ela nasceu no município de Xinguara, mas é parauapebense de coração, vivendo na cidade há 26 anos. Ao longo de três anos escrevendo profissionalmente, a autora coleciona 20 e-books, que são livros publicados em plataforma digital.
Ela conta que a leitura a fascinava desde a infância, com predileção pelo romance. A vontade de seguir a profissão surgiu quando despertou nela o desejo de modificar as histórias que lia. As publicações estão na plataforma Amazon, com preços acessíveis.
Crys comemora que, apesar do trabalho árduo, consegue viver da escrita, mas revela que para obter êxito nas vendas investe em marketing, com direito a assessoria. Bastante atuante no Instagram, ela dedica o espaço para falar diretamente com os 11 mil seguidores, detalhando um pouco mais do dia a dia de uma escritora.
Leia mais:Em tempos de internet, a primeira publicação foi digital, por isso o trabalho da escritora não acaba no ponto final de um romance. Do próprio teclado utilizado para as histórias, a autora também entrega a obra, ao escolher uma plataforma digital, e o formata para que no final o romance esteja num e-book.
Algumas publicações incluem participações com contos em antologias e Crys também tem seis obras publicadas fisicamente. A talentosa escritora fala sobre o processo criativo. “Às vezes recebo temas para desenvolver, no caso de antologias, em outras vou criando inspirada em músicas, séries, filmes, matérias que vejo por aí, alguma história que me contam”, revela.
A experiência pessoal também é acervo quando escreve sobre o cotidiano e, para ela, o melhor horário para escrever é na madrugada. “Quando tudo está em silêncio, pois consigo focar melhor”. A intensidade do trabalho é admirável. “Contos eu escrevo até cinco por ano, livros fica entre três ou quatro, dependendo do tamanho deles”, comemora.
O Correio de Carajás reproduz aqui um trecho do livro “Minha filha não quer que eu case”, último livro publicado na Amazon:
— Você não vai mais namorar a minha mãe? — pergunto, quando ele está no meio da leitura, virando o rosto para olhar para ele.
— As coisas entre nós vão se acertar, eu prometo. — Ele beija meus cabelos.
— Se terminarem, você vai embora e eu não te vejo nunca mais? — Só de pensar nisso, tenho vontade de chorar.
Ele me aconchega mais em seus braços, fazendo cafuné, e aproveito para sentir o seu cheirinho gostoso de pai.
— Nunca vou me afastar de você, princesinha. — Papai segura meu queixo e me olha sério. — Aqui dentro — ele aponta o seu peito —, você é e sempre será a minha filha, ninguém pode tirar isso da gente, viu?!
Balanço a cabeça, me encostando nele.
— Vão se casar? — pergunto, apertando o lábio com o indicador e o polegar.
— Você quer que eu case com a sua mãe?
— Claro que sim! — respondo, empolgada. — Desse jeito, nós vamos ser uma família de verdade e vai poder dormir aqui, todos os dias.
Ouço um risinho baixo, quando ele arruma meus cabelos.
— Se a sua mãe quiser, com certeza eu vou me casar com ela — afirma, fazendo um sorriso bobo surgir em meu rosto.
Me aconchego nele, concentrada em ouvir as batidas do seu coração e recebendo um cafuné. Será que todos os papais do mundo são assim, tão perfeitos, como o meu?
— Papai… — sussurro, e acho até que ele estava cochilando.
— Oi, princesinha — responde, no mesmo tom.
— Eu amo você.
(Theíza Cristhine)