Um documento assinado por 12 entidades cobra ações mais eficazes e transparentes por parte da prefeitura, via Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e Câmara Municipal de Marabá (CMM), em relação ao enfrentamento da pandemia do coronavírus, que já matou oficialmente 100 pessoas em Marabá, até o último boletim informativo da prefeitura, divulgado ontem (4).
As entidades reivindicam que os poderes Executivo e Legislativo adotem uma política efetiva no acesso da população aos testes para detectar contaminação por covid-19. Querem também a concessão de adicional aos profissionais que se colocam no combate à pandemia, que estão expondo a si e também aos seus familiares.
Na carta, as entidades pedem que o poder público dialogue com todos os setores da sociedade de forma solidária, promovendo a conciliação de interesses entre classes e instituições, ao invés de privilegiar determinado setor, “que em muitas oportunidades divulgou informações oficiais no combate à pandemia antes do Poder Público Municipal”.
Leia mais:O documento observa ainda que o movimento sindical é solidário aos trabalhadores e trabalhadoras não apenas da saúde, mas também da educação, segurança, limpeza pública, comerciários, bancários, urbanitários, servidores públicos e privados e todos que continuaram suas atividades laborais de forma presencial para proteger a sociedade.
No final do documento, as instituições pedem ao poder público “todos os esforços e ações para garantir a saúde e a vida da população, colocando as riquezas produzidas pelos trabalhadores e o município para combater o inimigo em comum, o coronavírus”.
Assinam o documento o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Pará (Sintesp), Sindicato dos Trabalhadores nas Distribuidoras de Veículos Automotores (Sindivap), Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará (Senpa), Sindicato dos Bancários do Pará, Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (SindUnifesspa), Sindicato dos Urbanitários, Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará (Sintepp), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Professores na Rede Particular de Ensino do Pará (Sinpro), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).
Prefeitura responde
Em nota, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura (Ascom) respondeu que já realiza ações efetivas no sentindo de aumentar a testagem da população, monitoramento dos casos positivos e enfrentamento desta doença, que aflige todo o país e principalmente nossa cidade.
Segundo a Ascom, a partir desta sexta-feira (5), foi implementado protocolo de testagem em em todos os bairros da cidade. A começar da Marabá Pioneira e seguindo para locais onde a mancha de casos estão mais em alta. O objetivo da testagem é também em conjunto, no próprio local o paciente já será atendido por um médico e sairá medicado com o kit de medicações, para casos leves.
Duas centrais para atendimento tanto ao servidor (Central Exclusiva) quanto à população já foram montadas e estão em pleno funcionamento, desde a semana passada. Para isso, o paciente passa antes por um atendimento médico, onde recebe o protocolo para testagem rápida.
A rede de atendimento de pacientes suspeitos de covid-19 foi aumentada para 12 postos de saúde e na unidade do CEI (Centro de Especialidades Integradas), a fim de dar mais acesso à população com relação à prevenção;
A prefeitura explica também que o número de testagem e médicos também foram ampliados para atendimento no HMM (Hospital Municipal de Marabá). Lá, o paciente tem à disposição testagem, medicamentos e para casos mais graves, internação na unidade de isolamento, montada com 20 leitos, sendo 10 UTIS.
Foram montadas também duas centrais de distribuição de kits de medicamentos para pacientes que já foram receitados, tanto na rede pública quanto particular, e mais outras centrais estão previstas e entrarão em operação nos próximos dias.
“É importante ressaltar que Marabá é o polo de mais de 32 municípios da região, e em sua grande maioria não possuem ainda estrutura de atendimento à população sintomática, que é trazida pra nossa cidade e atendida no HMM”, diz a nota oficial. (Chagas Filho)