Utilizando uma impressora 3D, o professor Evaldiney Monteiro, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), está produzindo protetores de orelhas para profissionais da saúde, bombeiros, policiais, atendentes de supermercados e farmácias, entre outros trabalhadores que atuam na linha frente do combate ao novo coronavírus (Covid19).
O objetivo dessa iniciativa de solidariedade é oferecer mais conforto a esses profissionais, aliviando as dores e o incomodo causado pelo uso prolongado de máscaras, minimizando a pressão desses equipamentos no rosto. Desde o início da pandemia, circulam nas redes sociais relatos de profissionais da saúde, em todo o mundo, que tiveram marcas e ferimentos na face, ocasionados pelo uso contínuo de EPI’s, como máscaras e protetores de faciais.
Utilizando recursos próprios, o professor da Faculdade de Engenharia em Minas e Meio Ambiente conta que já conseguiu imprimir mais de 20 protetores, e espera produzir cinco vezes mais nos próximos dias. Após a impressão, os acessórios estão sendo são esterilizados e embalados para doação.
Leia mais:Evaldiney explica que essa ideia surgiu ao analisar um gráfico cartesiano que apresentava as curvas de disseminação, achatamento e reta de capacidade do sistema de saúde, logo quando surgiram os primeiros casos da doença. “Percebi que a ajuda comunitária ao sistema de saúde pública iria fazer uma enorme diferença”, relata.
A partir daí, o professor começou a pesquisar como a universidade poderia contribuir no combate à pandemia. Ele teve conhecimento que, na Itália, já nos primeiros dias de falta de EPIs, um físico professor de uma universidade tinha doado equipamentos impressos em 3D. “Foi aí que decidi que essa seria minha forma de ajudar”, afirma o professor.
O processo de confecção desses protetores começa com a busca de modelo de peças, disponibilizados em sites específicos ou compartilhados em grupos de redes sociais do mundo inteiro. Com esse arquivo, o pesquisador faz as configurações necessárias para a impressão utilizando a tecnologia 3D.
Durante a produção, também foram empregados técnicas e conhecimento em engenharia. “O material usado para imprimir (PLA), um ácido polimérico, resultava um produto final muito rígido. Então, a partir de um choque térmico com solução diluída de fécula de mandioca (biodegradável), consegui melhorar a plasticidade do produto final”, explica o pesquisador.
Para o pesquisador, poder contribuir no auxilio as pessoas que estão trabalhando para garantir alimentos, remédios, entre outros insumos necessários durante nessa fase de isolamento social, é gratificante.
“Além do ensino, a universidade tem essa função social de contribuir com a ciência, a tecnologia e produção de conhecimento, que devem ser valorizados, não só no momento de crise, mas sempre. Ações como essa são importantes, pois melhoram a qualidade de vida de uma região e com isso a universidade também melhora”. (Fonte: Unifesspa)