Foi encontrado no início da manhã desta quarta-feira (8) o corpo do adolescente Uenis Castro, de 16 anos, que havia desaparecido nas águas do Rio Parauapebas, após rito de batismo na água promovido por uma igreja evangélica. O corpo dele foi localizado por familiares por volta das 5h30 logo após emergir em um trecho do rio bem próximo de onde afundou.
Os familiares faziam vigília no local desde o desaparecimento, na manhã de segunda-feira (6), quando Uenis afundou no rio após ir buscar uma bola com a qual brincava junto a um grupo de amigos. Segundo Jussara Campos, membro da igreja evangélica a qual o jovem pertencia, após o rito do batismo ela e o pastor subiram da margem do rio e os jovens continuaram na água brincando com uma bola.
Em um dos arremessos, a bola caiu em uma área mais funda do rio. Um dos amigos ainda teria advertido Uenis que o ponto era perigoso, mas ele disse que precisava pegar a bola porque que era de um amigo dele, se não teria que pagar pelo objeto.
Leia mais:Quando chegou no ponto do rio começou a afundar. “Foi tudo muito rápido. Um dos meninos gritou que ele estava se afogando. Nós olhamos e ainda o vi, como se ele estivesse normal, mas logo depois ele afundou e não voltou mais à superfície”, detalha a evangélica, dizendo que imediatamente fizeram buscas no local para tentar localizá-lo, mas não conseguiram e ela então ligou para outro membro irmã da igreja para avisar a mãe de Uenis e chamar o Corpo de Bombeiros.
De acordo com o tenente Joselito, do Corpo de Bombeiros, cinco especialistas em mergulho da corporação participaram das buscas ao jovem. “Nós fizemos as buscas com técnica de mergulho e também buscas na superfície do rio desde 11 horas de segunda-feira. Hoje, por volta de 5h30, o corpo boiou e os familiares viram e nos acionaram, imediatamente viemos fazer o regate”, conta o tenente.
Ele ressalta que a demora do corpo do adolescente em emergir e também em não ter sido localizado através de mergulho pode ter sido porque no ponto onde afundou há muita areia e cerca de 11 metros de profundidade. Além disso, ele usava um casaco de moletom, que pesa quando molhado.
O ponto onde o corpo boiou é uma área de remanso. Por isso não foi logo arrastado pela correnteza. “O Rio Parauapebas tem essas peculiaridades. Há pontos de extrema corredeira e esses locais onde a água gira em sentido contrário, que chamamos de remanso. Foi nesse ponto que o corpo boiou e por isso ficou girando”, explica o oficial, frisando que os objetos nesse ponto giram até chegar ao meio do rio de onde seguem o curso normal, puxados pela correnteza.
Abalados, familiares não permitiram que fossem feitas imagens mais próximas do resgate do corpo, tampouco quiseram conversar com a imprensa. Assim que o corpo foi retirado do rio, o caso foi informado à Polícia Civil, que acionou o Instituto Médico Legal (IML) para fazer a remoção para o exame de necropsia. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)