Correio de Carajás

Mãe admite mentira e acusado é absolvido de estupro

Após quase nove meses recolhido no Centro de Triagem Masculino de Marabá (CTMM), o caminhoneiro Denilton Sousa da Silva, de 32 anos, voltou à liberdade na última semana. Ele foi absolvido da acusação de estupro de vulnerável em sentença da juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, titular da 1ª Vara Criminal, no último dia 6.

A prisão dele chegou a ser noticiada pelo Jornal Correio. Em julho de 2019 a companheira dele acionou a Polícia Militar, no Bairro Independência, afirmando que Denilton teria abusado sexualmente da enteada, de 12 anos.

Em sentença apresentada por ele à Reportagem nesta segunda-feira (16), a juíza destaca que em nenhum momento ficou efetivamente comprovada a autoria do réu. A vítima, em juízo, afirmou não se recordar bem dos fatos, dizendo que no dia do ocorrido a mãe ligou para a polícia e a mandou correr porque ela estaria em perigo, sendo que a menina correu para o banheiro.

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A criança afirmou ainda não se recordar por que a mãe ligou para a polícia, mas lembra que o homem estava bêbado e a mãe com ciúmes dele. Ela disse, ainda, que na ocasião, o padrasto se deitou na cama a e começou a conversar sozinho, falando palavras sem sentindo. Depois se cobriu e dormiu e em seguida os policiais chegaram na casa.

Conforme a vítima, o Denilton teria pegado no pescoço dela e a ameaçado de morte, afirmando acreditar que por isso a mãe chamou a polícia. A mulher responsável pela denúncia, entretanto, negou na fase processual inclusive a suposta ameaça de morte, afirmando que mentiu na Delegacia de Polícia Civil, à época da prisão.

A mulher contou que a família tinha passado o dia na Praia do tucunaré e que os dois haviam discutido ainda cedo por ciúmes. O homem então passou o dia bebendo e ao final eles tiveram outra discussão, por isso ela chamou a polícia.

Ela relatou que quando os militares chegaram na casa o homem estava deitado, coberto, e com a bermuda abaixada, mas que ele não ameaçou a menina de morte e nem segurou no pescoço dela. Por fim, a mãe disse em depoimento que forçou a criança a mentir na delegacia. (Luciana Marschall)