“Estamos trocando o pneu com o carro andando”. O ditado popular foi dito pelo secretário municipal de Segurança Institucional, Jair Guimarães, para falar sobre a situação caótica do transporte público em Marabá. Como se sabe, as empresas que operavam anteriormente (Nasson e TCA) anoiteceram e não amanheceram deixando a prefeitura e principalmente os usuários a ver navios.
A nova empresa – Integração Serviços e Locação –, detentora do contrato emergencial, teve de tirar seus 30 ônibus do Terminal de Integração, por exigência das empresas que estavam atuando antes em Marabá.
Mas mesmo com o percalço, Jair Guimarães diz que o transporte está fluindo dentro da medida do possível. “Não vai ter prejuízo para os usuários, que serão atendidos, mas as pessoas vão demorar um pouco mais nas paradas de ônibus”, comenta o secretário, acrescentando que a nova empresa já alugou uma área muito boa para utilizar como garagem e também como terminal provisório, também na Folha 26.
Leia mais:Ele confirmou que chegarão mais 10 ônibus até o final de semana e que haverá mais 20 de reservas. Por fim, Jair Guimarães pediu paciência porque as empresas anteriores saíram de forma abrupta e a nova empresa veio muito rapidamente, sem tempo para se adequar ainda. “É como diz o ditado, estamos trocando o pneu com o carro andando”, resume.
Sindicato também se posiciona
Geraldo Dean, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul), confirmou que os novos ônibus ainda não estão realmente adaptados para o transporte coletivo, pois ainda faltam catraca, cadeira para cobrador e bilhetagem eletrônica.
O sindicalista observou que a nova empresa sequer assinou contrato com a prefeitura, está atuando de forma emergencial e não existe prazo definido para essa situação. A prefeitura havia informado anteriormente que esse prazo seria de 30 dias, mas não há nenhum papel oficial assinado neste sentido.
Ele explica que já houve uma audiência pública sobre a abertura de licitação para a nova empresa de ônibus atuar, como manda a legislação, e haverá outra em breve, mas ele deixa claro que o edital sobre o assunto precisa ser lançado até o mês de abril por conta do calendário eleitoral.
Sobre as empresas que foram embora da cidade sem quitar as dívidas com os trabalhadores, Geraldo diz que haverá bloqueio judicial dos bens (duas garagens e também os ônibus) para pagamento dos salários e vale-alimentação atrasados, além, obviamente, das verbas rescisórias. (Chagas Filho e Elson Gomes – colaborou Vinícius Soares)