Inquilino do poder pode fazer o que bem entende? Não, é claro. O limite para conter estripulias é a lei. Mas, no Pará, “lei é potoca”, como dizia nos anos 50 o falecido general Magalhães Barata, que governou o Estado com mão de ferro. O tucano Simão Jatene não tem o estilo do velho Barata. Contudo, de vez em quando age como se estivesse com o rei na barriga. A última dele: negou ao Ministério Público acesso à folha de pagamentos do Estado. A informação é exclusiva desta coluna. Resultado, o caso foi parar no Tribunal de Justiça. Lá, Jatene ganha todas.
Está blindado?
Será que Jatene vai ganhar mais essa, também, burlando a lei da transparência? O governador costuma pregar ética e moralidade quando fustigado por adversários políticos, como os Barbalho. E deita falação, atirando e ao mesmo tempo se defendendo. No caso da negativa em liberar a folha de pagamento para o MP, pergunta-se: o que há para ocultar? Tem algo que não possa ser investigado? Se tem, o que é e por quê o governador teme a investigação? Também é o momento de o TJ paraense demonstrar que Jatene não está blindado, como se diz por corredores oficiais e pelos bares das esquinas do Pará. A coluna está de olho.
Leia mais:Cheques do Adonei
É difícil a vida do prefeito de Curionópolis, Adonei Aguiar, depois do afastamento dele do cargo por decisão judicial. A descoberta de montagem de licitações para enganar o procurador Nelson Medrado pegou muito mal e ajudou a pesar na decisão do desembargador Ronaldo Vale de busca e apreensão de documentos. Para completar o rolo, a apreensão de cheques-moradia, com nomes de dezenas de contemplados, ensejará a abertura de outra investigação. Os cheques, porém, serão devolvidos pelos promotores que investigam corrupção na prefeitura, porque não eram objeto da investigação. O que não impede, porém, a nova apuração. Medrado, por tabela, atirou no que viu e também acertou no que não viu.
Boi na linha
Em recente reunião de procuradores da República em Belém, um deles perguntou como uma cidade que não tem indústrias e vive da economia informal pode ter tantos prédios de luxo, coberturas de R$ 10 milhões, com duas três garagens e carros com valores entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. Depois de muitas risadas e citações de nomes, a conclusão não podia ser outra: fortunas oriundas da lavagem de dinheiro, tráfico e crime organizado. Falou-se até numa Lava-Jato paraense, para pegar “pirarucus” e “tubarões”. Foi aí que alguém lembrou que a Polícia Federal já tem algumas frentes de investigação. Pano rápido na conversa.
Caciques e leigos
Os leigos, ou melhor, os que votarão e elegerão seus governantes nas eleições de 2018 nem imaginam que, pelo menos nos bastidores, a disputa partidária para indicar os candidatos já começou faz tempo. Há um clima de beligerância entre os que se dizem íntimos do poder, os que estão na ante-sala e os que já se consideram até escolhidos. Enquanto um fala mal do outro para queimá-lo junto ao cacique partidário que dará a última palavra sobre a indicação, institutos de pesquisas faturam seus trocados nas ruas com nomes em suas planilhas que não dão aos eleitores ao menos a chance de dizerem que não votarão em nenhuma das figuras citadas.
________________________BASTIDORES______________________
* Depois que chamou para seu gabinete investigações que envolvam governador, juízes e dirigentes de tribunais de contas, o procurador-geral de Justiça e chefe do Ministério Público do Pará, Gilberto Martins Valente, ainda não deslanchou nenhuma operação.
* Munição não falta a Valente, além de motivos para investigações, segundo se comenta pelos corredores do MPPA.
* Concursados de 2016 continuam chiando contra o Tribunal de Contas do Estado (TCE) que até agora, de 95 habilitados a vagas, só chamou meia duzia.
* O comentário é de que a presidente do TCE, Lourdes Lima, sofre pressão cerrada de políticos que não querem perder seus afilhados colocados pela janela do Tribunal.
* Corretora Empirucus, que monitora o mercado de aplicações financeiras, disse com todas as letras e vírgulas que os famosos PGBL e VGBL do Bradesco não passam de roubo disfarçado para enganar poupadores.
* Aliás, não é à toa que ainda se sustenta a velha máxima de que dono de banco “não tem alma”. Faz sentido.
Inquilino do poder pode fazer o que bem entende? Não, é claro. O limite para conter estripulias é a lei. Mas, no Pará, “lei é potoca”, como dizia nos anos 50 o falecido general Magalhães Barata, que governou o Estado com mão de ferro. O tucano Simão Jatene não tem o estilo do velho Barata. Contudo, de vez em quando age como se estivesse com o rei na barriga. A última dele: negou ao Ministério Público acesso à folha de pagamentos do Estado. A informação é exclusiva desta coluna. Resultado, o caso foi parar no Tribunal de Justiça. Lá, Jatene ganha todas.
Está blindado?
Será que Jatene vai ganhar mais essa, também, burlando a lei da transparência? O governador costuma pregar ética e moralidade quando fustigado por adversários políticos, como os Barbalho. E deita falação, atirando e ao mesmo tempo se defendendo. No caso da negativa em liberar a folha de pagamento para o MP, pergunta-se: o que há para ocultar? Tem algo que não possa ser investigado? Se tem, o que é e por quê o governador teme a investigação? Também é o momento de o TJ paraense demonstrar que Jatene não está blindado, como se diz por corredores oficiais e pelos bares das esquinas do Pará. A coluna está de olho.
Cheques do Adonei
É difícil a vida do prefeito de Curionópolis, Adonei Aguiar, depois do afastamento dele do cargo por decisão judicial. A descoberta de montagem de licitações para enganar o procurador Nelson Medrado pegou muito mal e ajudou a pesar na decisão do desembargador Ronaldo Vale de busca e apreensão de documentos. Para completar o rolo, a apreensão de cheques-moradia, com nomes de dezenas de contemplados, ensejará a abertura de outra investigação. Os cheques, porém, serão devolvidos pelos promotores que investigam corrupção na prefeitura, porque não eram objeto da investigação. O que não impede, porém, a nova apuração. Medrado, por tabela, atirou no que viu e também acertou no que não viu.
Boi na linha
Em recente reunião de procuradores da República em Belém, um deles perguntou como uma cidade que não tem indústrias e vive da economia informal pode ter tantos prédios de luxo, coberturas de R$ 10 milhões, com duas três garagens e carros com valores entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. Depois de muitas risadas e citações de nomes, a conclusão não podia ser outra: fortunas oriundas da lavagem de dinheiro, tráfico e crime organizado. Falou-se até numa Lava-Jato paraense, para pegar “pirarucus” e “tubarões”. Foi aí que alguém lembrou que a Polícia Federal já tem algumas frentes de investigação. Pano rápido na conversa.
Caciques e leigos
Os leigos, ou melhor, os que votarão e elegerão seus governantes nas eleições de 2018 nem imaginam que, pelo menos nos bastidores, a disputa partidária para indicar os candidatos já começou faz tempo. Há um clima de beligerância entre os que se dizem íntimos do poder, os que estão na ante-sala e os que já se consideram até escolhidos. Enquanto um fala mal do outro para queimá-lo junto ao cacique partidário que dará a última palavra sobre a indicação, institutos de pesquisas faturam seus trocados nas ruas com nomes em suas planilhas que não dão aos eleitores ao menos a chance de dizerem que não votarão em nenhuma das figuras citadas.
________________________BASTIDORES______________________
* Depois que chamou para seu gabinete investigações que envolvam governador, juízes e dirigentes de tribunais de contas, o procurador-geral de Justiça e chefe do Ministério Público do Pará, Gilberto Martins Valente, ainda não deslanchou nenhuma operação.
* Munição não falta a Valente, além de motivos para investigações, segundo se comenta pelos corredores do MPPA.
* Concursados de 2016 continuam chiando contra o Tribunal de Contas do Estado (TCE) que até agora, de 95 habilitados a vagas, só chamou meia duzia.
* O comentário é de que a presidente do TCE, Lourdes Lima, sofre pressão cerrada de políticos que não querem perder seus afilhados colocados pela janela do Tribunal.
* Corretora Empirucus, que monitora o mercado de aplicações financeiras, disse com todas as letras e vírgulas que os famosos PGBL e VGBL do Bradesco não passam de roubo disfarçado para enganar poupadores.
* Aliás, não é à toa que ainda se sustenta a velha máxima de que dono de banco “não tem alma”. Faz sentido.