Se em 2019 a Seleção Marabaense foi desclassificada por atuar com jogador irregular no Campeonato de Seleções do Interior, em 2020, as dores de cabeça permanecem para o presidente da Lemar, Edson Ferreira Pinheiro. A bola da vez é a prestação de contas do órgão junto aos clubes associados, que exigem transparência da Liga.
Em uma reunião marcada em ata para o dia 28 de fevereiro para a prestação de contas dos gastos da Liga Esportiva de Marabá, muitos clubes compareceram, mas chegando à sede da entidade, encontraram as portas fechadas. O presidente da Liga, Edson Ferreira, emitiu uma nota esclarecendo que a entidade estava de recesso e por esse motivo a reunião não aconteceu.
O diretor do Santa Rosa, Wilson Teixeira, o Wilsão, afirma que no Livro de Ata havia a reunião marcada para o dia 28, mas que Edson não apareceu para fazer a prestação de contas do de 2019. Wilsão garante que nos documentos que envolvem o movimento financeiro do primeiro mandato existe falhas “terríveis”.
Leia mais:Segundo Teixeira, os documentos constam pagamento de mesário para pessoa que nunca atuou nesta função; excesso de pagamento para arbitragem; dirigentes da Lemar que receberam dinheiro, mesmo atuando em cargo não remunerado; e até nota de combustível, sendo que a Liga não possui veículo.
Wilsão alega que em 3 anos de mandato, Edson nunca prestou conta junto aos clubes e que quando é feito, isso acontece direto com a Prefeitura de Marabá. O estatuto reza que a prestação de contas tem de ser realizada com o aval dos clubes.
Wilson cita outros dois casos emblemáticos: o da Seleção de Marabá, que foi desclassificada por irregularidade e a cobrança de taxas de clubes da Terceira Divisão, que configura como ilegal e que se não houver esclarecimentos por parte do presidente da Lemar, os clubes irão ao Ministério Público Estadual pedir o afastamento de Edson.
José Alves de Souza, do União, pede transparência por parte da diretoria da Liga, para evitar qualquer tipo de desgaste ou picuinhas da entidade em relação ao dinheiro destinado ao órgão pela Prefeitura de Marabá.
Gledson Magalhães, o Viola, do Renegados, segue a mesma linha. Ele também pede mais clareza na condução do dinheiro público, pois é feita uma prestação de contas junto a prefeitura, mas os clubes não têm acesso aos documentos.
Em nota, Edson Pinheiro, diz que “no biênio 2017/2018, a prestação de contas de todos os convênios celebrados foi realizada junto à Secretaria de Esporte e Lazer (Semel), Secretaria de Planejamento (Seplan), Procuradoria Geral do Município (Progem) e dada ciência às agremiações filiadas. As referidas prestações de contas foram aprovadas, sem nenhuma irregularidade, de acordo com parecer regular e certificado de auditoria, expedido pela Controladoria Geral do Município de Marabá (Congem), órgãos responsáveis pela fiscalização do uso de recursos públicos de Marabá.”
A mesma nota segue dizendo que as acusações e ofensa realizadas em rede social podem ser passíveis de processo. Informa, ainda, que em 3 de março próximo será realizada uma reunião com as devidas prestações de contas, pois é de responsabilidade da Lemar realizar o ato.
Só em 2019, a Lemar recebeu R$ 156.260,00 da PMM para custeio de manutenção do campeonato municipal da 1ª e 2ª divisão de futebol, além da Taça Cidade e Seleção de Marabá. (Ulisses Pompeu e Márcio Aquino)