A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a operação “Equipos”, destinada a desarticular uma organização criminosa que agia no contrabando de equipamentos de diagnóstico médico, que entravam no país pela Aduana de Controle Integrado no município de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No Pará, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um em Marabá e um em Uruará, distante 690 km.
Segundo a assessoria de comunicação da PF no Pará, em Marabá o alvo foi uma empresa, mas não foi apreendido nenhum equipamento no local. O proprietário foi conduzido à delegacia e prestou depoimento. A investigação foi iniciada após a apreensão de equipamentos médicos em outubro de 2.013, a quase quatro anos.
Além do Estado do Pará, há ações em outros 18 estados do país. Dentre os equipamentos apreendidos, havia tomógrafos e mamógrafos e a carga estava avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões. Destes, pelo menos R$ 2 milhões em tributos estavam sendo sonegados. O valor declarado, à época, foi de apenas 180 mil dólares, equivalente a apenas 10% do valor total das mercadorias.
Leia mais:As investigações apontaram que, entre 2011 e 2015, outras 12 cargas vindas dos Estados Unidos entraram no país da mesma maneira, por terra, a partir do Chile e da Argentina. Os equipamentos, aponta a PF, foram revendidos para clínicas, hospitais e intermediários de diversas regiões do país. Estima-se que, ao todo, a sonegação de impostos pode ter alcançado a casa de R$ 20 milhões.
Dentre os investigados estão empresários e empresas do ramo de exportação e importação, além de revendedores, clínicas, hospitais, despachantes aduaneiros e até um doleiro responsável pelo repasse de recursos ilícitos ao grupo. Um servidor da Receita Federal lotado em Santa Catarina também é alvo da investigação, por, supostamente, ter recebido valores para facilitar a ação da quadrilha. Parte do bando também já foi investigada na operação “Shylock”, de 2015 e já responde a processos.
Ao todo, são 62 mandados de busca e apreensão e 19 de condução coercitiva em 44 municípios brasileiros, expedidos pela Justiça Federal de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina. Um interrogatório também ocorre em Fort Myers, na Flórida, Estados Unidos, contando com apoio de autoridades americanas. A operação resultou no sequestro judicial de nove veículos e 21 imóveis de investigados e na ação de 250 agentes.
Os investigados no caso poderão ser indiciados por corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, contrabando, facilitação de contrabando e falsidade ideológica. As penas para os crimes, somadas, podem alcançar 23 anos de reclusão, destaca a Polícia Federal. (Luciana Marschall)
A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a operação “Equipos”, destinada a desarticular uma organização criminosa que agia no contrabando de equipamentos de diagnóstico médico, que entravam no país pela Aduana de Controle Integrado no município de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No Pará, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um em Marabá e um em Uruará, distante 690 km.
Segundo a assessoria de comunicação da PF no Pará, em Marabá o alvo foi uma empresa, mas não foi apreendido nenhum equipamento no local. O proprietário foi conduzido à delegacia e prestou depoimento. A investigação foi iniciada após a apreensão de equipamentos médicos em outubro de 2.013, a quase quatro anos.
Além do Estado do Pará, há ações em outros 18 estados do país. Dentre os equipamentos apreendidos, havia tomógrafos e mamógrafos e a carga estava avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões. Destes, pelo menos R$ 2 milhões em tributos estavam sendo sonegados. O valor declarado, à época, foi de apenas 180 mil dólares, equivalente a apenas 10% do valor total das mercadorias.
As investigações apontaram que, entre 2011 e 2015, outras 12 cargas vindas dos Estados Unidos entraram no país da mesma maneira, por terra, a partir do Chile e da Argentina. Os equipamentos, aponta a PF, foram revendidos para clínicas, hospitais e intermediários de diversas regiões do país. Estima-se que, ao todo, a sonegação de impostos pode ter alcançado a casa de R$ 20 milhões.
Dentre os investigados estão empresários e empresas do ramo de exportação e importação, além de revendedores, clínicas, hospitais, despachantes aduaneiros e até um doleiro responsável pelo repasse de recursos ilícitos ao grupo. Um servidor da Receita Federal lotado em Santa Catarina também é alvo da investigação, por, supostamente, ter recebido valores para facilitar a ação da quadrilha. Parte do bando também já foi investigada na operação “Shylock”, de 2015 e já responde a processos.
Ao todo, são 62 mandados de busca e apreensão e 19 de condução coercitiva em 44 municípios brasileiros, expedidos pela Justiça Federal de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina. Um interrogatório também ocorre em Fort Myers, na Flórida, Estados Unidos, contando com apoio de autoridades americanas. A operação resultou no sequestro judicial de nove veículos e 21 imóveis de investigados e na ação de 250 agentes.
Os investigados no caso poderão ser indiciados por corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, contrabando, facilitação de contrabando e falsidade ideológica. As penas para os crimes, somadas, podem alcançar 23 anos de reclusão, destaca a Polícia Federal. (Luciana Marschall)