Representantes de quadrilhas juninas e bois-bumbás de Marabá estiveram em grande número na sessão desta terça-feira, 19 de novembro, na Câmara Municipal de Marabá para apresentar o trabalho que vem sendo desempenhado e clamar por ajuda dos vereadores para fortalecer ainda mais o vento por meio de emenda impositiva.
Ademar Gomes Dias, representante da Liga Cultural de Marabá (LICMAR), usou a tribuna e apresentou o conteúdo junino produzido no município. Uma apresentação em power point ele discorreu a história do movimento junino no município. “A Liga Cultural de Marabá tem 4 anos de existência e surgiu pela consciência de que juntos somos mais fortes”, considerou.
Ademar informou que a Liga reúne os grupos culturais que geram conteúdo artístico no município, levando o nome de Marabá ao cenário regional e nacional. “Estamos trabalhando no resgate. Tínhamos mais de 70 grupos juninos e houve uma decadência no passado e chegamos a ter apenas 15. Hoje, a liga possui 33 agremiações juninas e 6 grupos de boi-bumbá”.
Leia mais:Ele sugeriu que os vereadores visitem os movimentos culturais juninos e façam um passeio por sua história. “As ações desse segmento têm um custo muito alto. Nosso festejo é o maior do Estado do Pará. Precisamos de incentivo dos vereadores através de emendas impositivas para o fortalecimento e a continuidade do movimento junino em Marabá”, clamou.
Márcio do São Félix, autor da solicitação para uso da tribuna da LICMAR, disse que as juninas e os bois-bumbás fazem parte da grande festa de Marabá, que movimenta toda a cidade. Para ele, os produtores culturais são grandes guerreiros que levantam a bandeira deste segmento, persistem e se dedicam muito para realizar o trabalho. “Moramos em um município grande e temos que ver e refletir sobre uma Marabá sem esse grande movimento de quadrilha. Por trás da apresentação tem muito trabalho e dedicação. A Liga foi criada para fortalecer o movimento. Temos de pensar juntos e com as nossas emendas de bancada e tentar contemplar a cultura marabaense. Se com 8 mil reais de subvenção eles conseguem fazer tudo isso, imagine com mais investimento?”.
Na avaliação do vereador Gilson Dias, não é fácil realizar um trabalho com resultado positivo, ainda mais sem grande investimento. “Fui brincante de quadrilha na década de 70 em Marabá. A falta de incentivo fez com que muitas quadrilhas e bois-Bumbás desaparecessem”, lamentou.
Vários vereadores reconheceram a importância do movimento cultural e garantiram que vão destinar parte de suas emendas para os grupos juninos. Badeco do Gerson foi um deles. Disse que destinou R$ 50 mil para a cultura ano passado e este ano, sendo que R$ 25.000 para os grupos juninos “Este ano farei novamente”, sustentou.
Marcelo Alves destacou a importância da mobilização dos grupos que estão na Câmara. “Quem quer ter acesso ao recurso público tem de se organizar. Marabá tem um potencial cultural e artístico muito grande. Vou destinar parte de minha emenda para comprar os tecidos utilizados pelas quadrilhas juninas. Cada um pode destinar um pouco”.
O vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, fez um discurso conclamando para que os valores culturais de Marabá tenham maior destaque e visibilidade. “Marabá tem na cultura enraizada a questão da quadrilha. Temos como exemplo Parintins, que a cidade vive e abraça os bois da cidade. Outro exemplo é Alter do Chão, Santarém, que também tem uma grande produção cultural e atrai turistas. Devemos fazer o mesmo”, sugeriu.
O presidente da Câmara, vereador Pedro Corrêa, disse que participou de vários eventos culturais em Marabá da cultura e reconhece que a Secult tem contribuído para o fomento das ações culturais do município. “Este Parlamento tem trabalhado para aproximar a comunidade, trazer a população para dentro da Câmara. Destinamos emendas impositivas, criamos leis de incentivo à cultura e esporte (Frederico Morbach), promovemos até sarau cultural na Câmara, tudo para ajudar os produtores e movimentos culturais. “Tenho muito orgulho do trabalho do movimento junino em Marabá. Muitas vezes o produtor cultural se dedica e coloca até seu dinheiro no trabalho, mesmo tendo pouco até para seu sustento. Temos uma cultura forte, e podemos melhorar mais ainda. Nosso movimento junino é referência nacional”, reconheceu.