“Esse aumento vai atingir o bolso e aí a gente vai ter que pedir não é mais ajuda, é socorro”, declarou Ronaldo da Silva Andrade sobre o aumento de 5% em média do gás de cozinha que será repassado ao consumidor final a partir da próxima segunda-feira, dia 28. “Isso vai prejudicar muito a gente porque nosso salário já é pouco, com aumento do gás a gente vai passar a ter mais dificuldade. A gente tem família, tem que comprar remédio, roupa, calçado, pagar energia e água. Nada hoje em dia é de graça”, desabafou.
A alta foi anunciada pela Petrobras na última segunda-feira, 21, com reajuste oscilando entre 4,8% e 5,3% na Refinaria. Em setembro, o Estado do Pará registou a sétima colocação do gás mais caro do país. Em Marabá, explica Josemiro Rodrigues, responsável pelo depósito da Ultragás, na Folha 16, o botijão de 13 Kg é vendido na portaria a R$ 75 e a partir de segunda será comercializado a R$ 78. Com os valores de entrega, o produto chega ao comércio ainda mais caro.
“Só aumentou, nunca baixou, é ruim pro consumidor final porque infelizmente vai passar pra ele. A gente tem que repassar e a expectativa é de que aumente ainda mais, baixar acho que não baixa”, concluiu. Em Parauapebas, segundo o proprietário da distribuidora PBS Gás, João Paulo Elisiário, o valor praticado no comércio atualmente é de R$ 75 a R$ 80, podendo chegar a R$ 84. “O reajuste vai depender de cada revenda e o preço médio para o consumidor. Caso alguns revendedores tenham o estoque antigo, o preço poderá ser menor por algum tempo”, destacou.
Leia mais:Em balanço efetuado pelo escritório regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra que, em média, o preço do Botijão de Gás de Cozinha de 13 kg foi comercializado no Pará no mês passado a R$ 75,66, com o menor preço a R$ 65,00 e o maior a R$ 100,00.
Segundo o estudo do Dieese, no mês de agosto, entre os municípios paraenses, Xinguara foi o município que em média comercializou o Botijão de Gás de Cozinha de 13 Kg mais caro, custando R$ 92,00, com o menor preço a R$ 85,00 e o maior a R$ 95,00, seguido de Paragominas que, em média, comercializou ao custo de R$ 91,81, com o menor preço a R$ 91,00 e o maior a R$ 92,00.
Já Itaituba teve o preço médio de R$ 89,00, com o menor preço a R$ 85,00 e o maior a R$ 100,00, Redenção com o preço médio de R$ 88,50, com o menor preço de R$ 80,00 e o maior a R$ 90,00 e Conceição do Araguaia com o preço médio de R$ 84,91, com o menor preço a R$ 83,00 e o maior a R$ 85,00.
Quem sofre, no final das contas, é quem precisa se alimentar diariamente e não vê aumento no ganho mensal. “Isso é muito errado porque aumenta o gás e não aumenta o salário, quem ganha um salário não dá pra ficar pagando um gás desses, caro, isso é errado demais”, se indigna Francisco das Chagas de Souza, acompanhado da dona de casa Cristiane Alves: “Não concordo, é um absurdo isso, infelizmente sai do nosso orçamento”.
Para o mototaxista Erivan da Silva sobram poucas esperanças, já que o atual governo federal havia se comprometido com a baixa, mas não está cumprindo. “Foi colocado que iria baixar na Refinaria o preço do gás, a gasolina da mesma forma. O combustível teve uma baixa, mas teve aumento novamente, o gás é do mesmo jeito. Houve uma política promissora que falava em diminuir até o dobro e agora a surpresa do reajuste do gás para repassar para o consumidor. A gente é obrigada a consumir gás, mas o Poder Público está devendo em relação a isso, isso é um preço abusivo”, finaliza. (Luciana Marschall, Theiza Cristhine e Josseli Carvalho)