São quatro anos que Ione Vieira Guedes participa de competições de corrida de rua. Pode até parecer pouco tempo, mas nesse período ela já subiu ao pódio várias vezes. E este ano a atleta foi campeã na categoria feminino paraense e ficou em quarto lugar na classificação geral. Um resultado que avançou muito em apenas um ciclo. “No ano passado eu não estava totalmente preparada, aí eu obtive a sexta colocação. Mas, eu foquei e falei que ia voltar para subir ao pódio, mantive essa meta e graças a Deus consegui concluir”, disse.
A atleta coleciona medalhas importantes conquistadas em competições tradicionais de Marabá. Na Corrida do Sesi ela foi campeã no ano passado; na Corrida da OAB já é bicampeã e na Corrida do Aço ela busca também o bicampeonato. Apesar de já estar nos últimos treinos e da experiência em competições, a marabaense contou que ter ido pela segunda vez a Belém para participar da Corrida do Círio foi um momento diferente.
“A corrida do Círio é uma competição a nível nacional e o que tem de diferente é que são vários outros atletas do mesmo nível que eu, por isso eu tive de saber conquistar meu espaço. Até deu frio na barriga, coisa que eu não tenho aqui em Marabá”, revelou.
Leia mais:As classificações dela animam, mas também aumentam a responsabilidade do treinador Fabiano Gomes, que cuida da preparação de vários atletas, entre amadores e profissionais, e conta que não é nada fácil a rotina da equipe profissional. “São homens e mulheres que vivem disso e para isso. Então, eles treinam diariamente, são dois períodos de treino, de manhã e a tarde somando aí um total de 18 a 20 quilômetros por dia, não tem dia de descanso, exceto quando entra na semana da competição que aí eles descansam um pouco”, explicou.
Gari campeão
Outro marabaense que trouxe um troféu da capital foi o Cleuton Oliveira Noronha, que completou o percurso de 10 quilômetros da Corrida do Círio e foi o campeão na categoria dos corredores com deficiência física/mental. Em Marabá ele trabalha como gari há 20 anos e aos 34 de idade vive essa fase de dedicação ao esporte. “Passei dois meses treinando para essa prova pra poder trazer esse troféu. Não foi fácil não, mas eu me sinto feliz de estar sempre me dedicando ao esporte e por trazer para Marabá esse resultado”, contou, lembrando que no momento da chegada ele ficou tão emocionado que chorou de alegria.
Na mesma categoria participaram ao todo 12 corredores, inclusive cadeirantes que mostraram o quanto o esporte consegue quebrar limitações. O Cleuton, por exemplo, ficou com sequela de um acidente no qual ele quebrou uma das pernas, mas isso não impediu que ele se superasse. “Já é a quarta vez que eu participo dessa corrida e desta vez eu me inscrevi nessa categoria especial porque achei que seria mais fácil. Aí eu fiz 42 minutos e uns quebradinhos”, lembrou, agradecendo pelo apoio que recebeu da prefeitura e dos grupos de corrida de Marabá. (Fabiane Barbosa)