Correio de Carajás

Outubro Rosa: Ginecologista alerta para prevenção do câncer de mama e de colo do útero

Outubro Rosa: Ginecologista alerta para prevenção do câncer de mama e de colo do útero

Tem início hoje, dia 1º de Outubro, o movimento de adesão mundial que visa estimular a luta contra o câncer de mama e contra o câncer de colo do útero, através da prevenção e do diagnóstico precoce. Aproveitando o Outubro Rosa, o ginecologista e obstetra Wilton Leôncio Vieira Braga, que atua em Parauapebas, ressalta que o ditado “prevenir é melhor que remediar” continua sendo válido.

Conforme o médico, estas são duas das formas de câncer que acometem com maior frequência a saúde feminina, sendo o de mama o mais comum depois do câncer de pele, com alta taxa de mortalidade. Já o câncer de colo do útero aparece em terceiro lugar no ranking brasileiro e em segundo na região Norte. “São dois tipos de câncer que ceifam a vida das mulheres, muitas vezes precocemente, pela falta de prevenção”, disse.

Em relação ao câncer de mama, ele explica que vários fatores podem aumentar o risco, sendo um deles a obesidade. “Outro é o histórico familiar e o outro é o próprio histórico de câncer de mama na própria mulher”. Para um diagnóstico precoce, o essencial é que a mulher esteja atenta aos sinais do corpo e não deixe de consultar periodicamente o ginecologista.

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“Existem exames específicos e começa com o autoexame da mama. A gente recomenda que apalpem as mamas independentemente do momento, no banho, trocando de roupa… assim, se aparecer alguma alteração, ela vai procurar o médico e depois do autoexame e do exame médico ainda tem a mamografia. A recomendação é fazer a partir dos 50 anos, mas pode ser feito antes, com 40 anos, como forma de rastreamento inicial. Existe a ultrassonografia que é feita principalmente em mulheres abaixo dos 40 anos, assim como a ressonância magnética, para casos específicos”.

Para detectar alterações no colo do útero a recomendação é sempre fazer o exame preventivo. “Caso dê alterado fazemos a colposcopia, um exame que usa um aparelho microscópico para conseguimos ver melhor o colo do útero”, explica o médico.

De acordo com ele, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomenda que as mulheres busquem um ginecologista ao menos uma vez ao ano, principalmente em prevenção ao câncer de colo do útero. “A todo momento a mulher com vida sexual ativa corre risco de contrair o HPV e contraindo o HPV o risco de ter câncer de colo do útero aumenta”.

Em relação à mamografia, quando a mulher procura o ginecologista ele faz a apalpação de mamas e caso a paciente tenha menos de 40 anos faz parte da rotina ela passar pelo ultrassom. “Se tiver mais de 40 anos a gente já indica a mamografia pra fazer rastreio e aí a gente segue protocolos para fazer diagnóstico”, define.

Mulheres devem estar atentas a diferentes sinais

O ginecologista informa que o câncer de mama é mais facilmente perceptível pela mulher que o câncer de colo do útero. “Pode haver nódulo palpável, alteração da pele, às vezes ela adquire aspecto de casca de laranja, alteração do mamilo, dor, inchaço, inclusive do membro do mesmo lado, o braço começa a inchar, por exemplo, nódulos na axila, secreção que saia espontaneamente, às vezes clara ou até sanguinolenta. São sinais que precisam ser investigados”, diz.

Em relação ao colo do útero, destaca, quando os sintomas aparecem muitas vezes o caso já é grave. “Geralmente quando vem apresentar alteração, que a principal é sangramento, é porque já tem lesão avançada e por isso o preventivo é importante. É importante estar atenta a qualquer sangramento, às vezes durante a relação sexual, que pode ser sinal de alteração, ou fora do período menstrual. É sinal de alerta, mas ele é um pouco mais silencioso”.

Prevenção começa já na adolescência

Wilton Braga Mães ressalta que o cuidado com a saúde feminina deve começar ainda na adolescência, a partir da primeira menstruação, principalmente em relação à possibilidade de contração do HPV. “Sempre que a menina menstrue já recomenda-se que ela seja levada ao ginecologista, independentemente de ter começado a vida sexual, porque lá ela vai receber orientações sobre tudo, inclusive sobre relações sexuais que possam vir a acontecer no futuro e com isso o risco de contrair HPV já reduz. Também já recomendamos nessa primeira consulta a vacinação contra HPV e o risco dela contrair o vírus vai diminuir muito durante a vida sexual dela”, ressalta.

Ainda de acordo com o médico, a recomendação é que se faça exame preventivo em dois anos após a primeira relação sexual ou a qualquer momento que a mulher deseje, desde que já tenha mantido alguma relação sexual quando jovem. (Luciana Marschall)