Correio de Carajás

Movimentos sociais pedem a “cabeça” do superintendente do Incra

Movimentos sociais pedem a “cabeça” do superintendente do Incra

Sessenta e nove dias depois de ter seu nome publicado no Diário Oficial da União como superintendente regional do Incra em Marabá, o pecuarista Antônio Miranda Sobrinho, o “Mirandinha”, enfrenta sua primeira crise. Cerca de 100 representantes de 21 assentamentos e acampamentos da região tentaram uma reunião com ele na manhã desta terça-feira (1º). Mas ele não recebeu o movimento, alegando que conversaria apenas com uma pequena comitiva. Diante disso, eles pedem a “cabeça” do superintendente.

Manifestantes se aglomeraram em frente à sede do órgão

De acordo com Tito Moura, um dos líderes do movimento, esse tipo de reunião para revisão de pauta dos movimentos sociais é algo comum que ocorre sempre que um novo superintendente assume. E os assuntos a serem tratados são a desapropriação das terras para criação de assentamentos e a infraestrutura dos assentamentos já existentes. Ainda de acordo com ele, a reunião estava agendada há mais de um mês e a primeira data era dia 23 do mês passando, sendo adiada para esta segunda.

Diante disso, os movimentos já pedem a exoneração de Mirandinha. “Todo superintendente que entra nesse Incra recebe os trabalhadores e esse não quer receber. A gente já sabe qual é o lado que ele está. Então o MST repudia essa postura do superintendente que, com certeza, é latifundiário e não vai fazer nada pela reforma agrária. Nós pedimos a cabeça do superintendente se não receber os trabalhadores”.

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A Polícia Militar foi acionada para dar segurança aos servidores

O OUTRO LADO

A Assessoria de Comunicação da Superintendência Regional do Incra explicou que existe um protocolo para reuniões. O superintendente só atende personalidade jurídica (com CNPJ) ou grupos pequenos, mas não uma comissão com mais de 50 pessoas como querem os movimentos sociais.

Além disso, informa a Ascom, os representantes dos movimentos, que estavam no auditório da entidade, foram até a porta do gabinete e ameaçaram invadir a seção, o que obrigou o superintendente a acionar a Polícia Militar, a liberar todos os servidores e a suspender as atividades do órgão.

Tito Moura: “Nós pedimos a cabeça do superintendente”

Após a chegada da polícia e o esvaziamento da sede do Incra, os sem-terra e assentados deixaram a superintendência e foram para o Centro de Formação Cabanagem, onde se reúnem para definir que medidas tomarão. (Chagas Filho e Evangelista Rocha)