Nesta segunda-feira (26), uma reunião no Centro de Operações da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, entre representantes dos órgãos de segurança pública e fiscalização e entidades públicas de proteção ambiental de Marabá, tratou das ações de combate a delitos ambientais, em toda macrorregião do município.
Os trabalhos preventivos e repressivos fazem parte dos esforços contra queimadas na Amazônia Legal e atendem ao Decreto 9985 do governo federal, assinado no último dia 23, chamado de Garantia da Lei e da Ordem Ambiental.
Entre os participantes estiveram presentes do Corpo de Bombeiros Militares, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ibama e Polícia Militar, entidades que irão compor a compor a força tarefa, denominada Operação “Verde Brasil”.
Leia mais:De acordo com o agente da PRF, Lucas Souza, as ações de fiscalização da Polícia Rodoviária devem ser intensificadas nas estradas da região e contarão com o apoio do Exército. “A partir do decreto assinado na sexta-feira, eles [o Exército] acabaram de se prontificar em dar apoio logístico, apoio de pessoal, tudo que for necessário para a gente intensificar nossas ações ambientais. A repressão ao transporte ilegal de madeira, transporte ilegal de minério, tudo que envolve crimes ambientais em toda circunscrição do sul do Pará, na nossa delegacia, será sendo intensificado como resposta para população”, destacou o PRF.
Durante a reunião o general de Brigada, Carlos Henrique Teche, comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, explicou que o Exército está fazendo o reconhecimento das áreas para determinar se os focos de incêndio são fruto de delitos ambientais ou não.
Ainda segundo o general, os treinamentos de combate a focos de incêndio tiveram início no último dia 24, nas cidades de Altamira, Itaituba, Tucuruí e Marabá, com o apoio dos grupamentos locais dos Bombeiros Militares. “A partir da próxima quarta-feira (28), aqui em Marabá esse pessoal já estará em condições de reforçar tanto o corpo de Bombeiros, quanto a Defesa Civil”, reforçou o militar.
Já a atuação da Defesa Civil do Município de Marabá deve ser intensificada junto à população urbana, para coibir a prática de atear fogo em quintais e matagais próximos a áreas habitadas. “Nós contratamos com 14 agentes para a Defesa Civil, que serão divididos em duas turmas, trabalhando de segunda a domingo no horário de 10h às 18h, estamos com equipamentos necessários para combater as queimadas da zona urbana, estamos combatendo desde terça-feira, já temos um resultado positivo, já vimos que o céu está mais limpo, e vamos continuar por um período de dois meses”, ressaltou Jairo Milhomem, coordenador da Defesa Civil do município. (Geovana Frasão – Com informações de Evangelista Rocha)
Governador confirma fiscalizações
Desde o começo do ano, teve início a potencialização nas ações de monitoramento e fiscalização, além da sinalização de dados e da preocupação com a proximidade do período mais crítico do ano, tanto para as instituições a nível estadual, quanto na esfera federal, quem garante é o governador Helder Barbalho.
O governador esteve em reunião na sede do Comando Militar do Norte, em Belém, no domingo (25), onde foi instalado o centro de operações para planejar, executar e monitorar as ações empregadas a fim de conter e evitar novos focos de incêndio e desmatamentos ilegais no Estado do Pará.
“Estamos desde o início do ano alertando os órgãos federais já que a maior parte ocorre em áreas federais. Nós estamos, também, fazendo recorrentes operações onde já fizemos diversas apreensões com estrutura do Estado para demonstrar que não pactuamos com a cultura do desmatamento e estamos viabilizando ações que possam prosseguir com as iniciativas que demonstram que no Estado do Pará nós desejamos a preservação da floresta. E que essa floresta seja tratada com uma atividade econômica sustentável”, afirmou o governador.
Para conter os focos de queimadas, com a contribuição da Lei da Garantia da Ordem, que autoriza o emprego das Forças Armadas, assinada na última sexta-feira, 23, pelo Presidente da República, o Estado ganha mais força para o enfrentamento não apenas dos focos de incêndio, mas também de desmatamento ilegal e outros crimes ambientais.
O CMN dispõe de 15 mil militares na Amazônia Oriental, e especificamente em Belém, são 10 mil que destes, parte do efetivo, poderá ser empregado para cumprir a missão de forma integrada com o Governo do Estado no combate aos focos de incêndio, levando em consideração a necessidade.
“Desde os primeiros sinais de que essa operação iria acontecer, nós já estamos tratando com os órgãos estaduais, agências governamentais aqui no Pará, traçando algumas ações. A partir de agora vamos somar os planejamentos para efetivação de todas elas. A vinda da comitiva estadual caracteriza a importância do assunto e a integração”, ressaltou o general do CMN, Paulo Sérgio, que informa, ainda, que solicitará ao Ministério da Defesa, dentro do orçamento da operação, a possibilidade de aquisição de equipamentos para reforçar a tropa.
Operações
Somente de janeiro a agosto, mais de 70 operações foram realizadas, seja pelo Estado ou de forma integrada com órgãos federais. A operação Ucuuba foi deflagrada no início deste mês e tem como objetivo combater crimes ambientais e intensificar a segurança em áreas de preservação no Pará. Mais quatro tratores, 14 motosserras e 19 motocicletas foram apreendidas, na madrugada de domingo (25).
Anteriormente já havia sido apreendido, na área do projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá, localizado em uma área federal, no município de Anapu, sudoeste paraense, um caminhão com 650 estacas de madeira do tipo Acapu, dois caminhões com 12 metros cúbicos de madeira da espécie Angelim Vermelho, uma escavadeira e um trator.