Correio de Carajás

Adolescentes de Marabá embarcam em bagageiro de ônibus e chegam ao Maranhão

Foto: Reprodução/TV Mirante

Atualização 22 de agosto de 2019 por Redação

Três adolescentes marabaenses – um de 14 anos e dois de 13 anos – foram localizados dentro do bagageiro de um ônibus interestadual que seguia para São Luís, no Maranhão. A aventura que se iniciou no sudeste paraense teve fim no município maranhense de Santa Inês, a 560 km de casa e a 250 km do destino do carro, cuja empresa responsável não foi divulgada.

Ontem, terça-feira (20), o Conselho Tutelar de Santa Inês encaminhou o trio de volta a Marabá, levando-o para a Casa de Passagem do município, localizado no Bairro Novo Horizonte, onde todos já estiveram acolhidos por praticarem infrações leves. Ainda da porta, entretanto, os três fugiram mais uma vez e não se sabe, neste momento, onde estão.

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De acordo com a secretária de Assistência Social do município, Nadjalucia Oliveira Lima, nos três casos os familiares dos adolescentes possuem a guarda sobre eles e todas as famílias são acompanhadas pela rede de assistência social do município.

Ela relatou que antes da viagem clandestina apenas um dos adolescentes estava acolhido na casa, de onde fugiu no último sábado, dia 17. Outro estava desaparecido desde a última audiência junto ao Ministério Público, quando fugiu durante a entrega que seria feita dele à genitora. O terceiro já tinha passado pela casa, mas atualmente estava judicialmente desacolhido.

“Eles todos foram acolhidos por conselheiros tutelares por estarem nas ruas e à medida que é acolhido só é desacolhido por decisão judicial e em todos os casos já havia sido pedido desacolhimento. Eles são acompanhados pela rede, cometem pequenos atos infracionais e eles têm família em Marabá. Era para estarem com a família”, explica.

Conforme ela, é difícil manter adolescentes nestas condições na Casa de Passagem, principalmente porque eles não estão cumprindo medida disciplinar e sim estão sob proteção. “Eles não ficam, eles fogem, lá não é um regime privado de liberdade. Eles não estão apreendidos como os adolescentes que ficam no Ciam (Centro de Internação do Adolescente Masculino), por exemplo. Não estão cumprindo medida e sim acolhidos como medida de proteção a eles”.

Conforme ela, ao retornarem nesta terça, além de não entrarem na casa ainda incentivaram mais um adolescente acolhido a também fugir. Os menores nestas condições costumam perambular pelas ruas, destaca a secretária. “Nossos técnicos já registraram boletim de ocorrência e comunicaram a situação ao Ministério Público. Os procedimentos são feitos”, afirma.

Nadjalucia garante que a Assistência Social faz todos os tipos de abordagem possíveis em casos desta natureza.  “Já foram feitos vários tipos de abordagens, mas eles estão sob tutela da família que é acompanhara pela rede. Acredito que responsabilizar também a família, além do nosso suporte, pode ser a estratégia”, diz. Ela informa que aqueles que permanecem na casa possuem carga horária de atividades socioeducativas e frequentam a escola.

Conforme divulgado pela imprensa maranhense, ao Conselho Tutelar de Santa Inês, os adolescentes apresentavam duas versões diferentes para a viagem que estavam tentando fazer: primeiro informaram que iriam para São Paulo, onde pretendiam virar jogadores de futebol, depois afirmaram que iriam para São Luís passear.  (Luciana Marschall)